Para muitas pessoas o conceito de branding interactivo continua a evocar apenas a Web.
Se é verdade que o marketing e a publicidade descobrem a cada dia entusiasmantes possibilidades online, como o alcance das campanhas virais ou a entrada da publicidade nas redes sociais, existem também outras formas de criar interactividade. Uma interactividade mais tangível que permite aos marketeers sair da bidimensionalidade das experiências idealizadas apenas no contexto de uma realidade virtual como é a Internet.
O uso criativo da tecnologia e as novas interfaces criam possibilidades inovadoras de interacção com as pessoas no contexto do mundo físico. Cartazes inteligentes, MUPIS que falam connosco e catálogos interactivos controlados por gestos ou sistemas multi-toque, são algumas das soluções que começam a aparecer nas ruas, nas lojas, nos espaços públicos que fazem parte do nosso dia-a-dia.
Se a Internet foi pioneira e determinante no desenvolvimento do Marketing de Permissão, esta nova geração de tangibilidade interactiva permite-nos ir ainda mais longe. Ninguém é obrigado a tocar numa montra interactiva ou a jogar um jogo num MUPI na rua. Nestes casos, como em outros, o desafio dos marketeers, dos criativos, dos designers, consiste em criar conteúdos que criem uma experiência que entusiasme e que seja activada pelas próprias pessoas. O resultado será um diálogo dinâmico numa experiência com dimensão física, logo, mais marcante.
Num futuro próximo poderemos caminhar para uma integração muito interessante daquilo que é hoje a interactividade na Web 2.0 com estas novas ferramentas. O poder dos consumidores definirem em que termos e condição querem ser abordados pelas marcas, como se habituam a fazer na Internet, tenderá também a crescer no mundo real.
Poderemos, por exemplo, transportar as características de uma loja online para o seu equivalente físico, criando interfaces inovadoras que disponibilizam comparações mais fáceis entre artigos, sugestões de compra que vão ao encontro de interesses individuais e aceder a críticas de produtos elaboradas pelos próprios consumidores. As marcas ficarão mais vulneráveis mas elevamos os patamares de qualidade e os padrões de exigência que nos beneficiam a todos. As marcas mais inteligentes, que já perceberam que só têm a ganhar em ouvir e dar voz aos seus clientes, ao mesmo tempo que ”contam histórias” memoráveis e experiências que definem modos de estar na vida, serão aquelas que se distinguirão. Serão as marcas com futuro.
andre.lapa@ydreams.com
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