Estando numa época de que palavra de ordem é sustentabilidade e corte de custos supérfluos, deparei-me o outro dia com um caso de uma embalagem de um produto que pertence a uma multinacional, que me fez pensar nas oportunidades continuam a existir pelo mundo fora em matéria de poupanças de custos, emissões de CO2 e prevenção de resíduos.
Trata-se de um cartucho de tinta; Não é necessário ser um especialista em packaging sustentável para o esmiuçar.
O cartucho mede em cm: 6,5*4,5*4
A embalagem total mede : 20*14*5
A embalagem principal mede 3 vezes mais do necessário; este formato de embalagem impacta certamente no custo de transporte pois as formas de calcular os preços de transporte estão directamente ligados a ocupação de espaço e peso. Neste caso ocupa 3 vezes mais espaço do necessário. Além do custo que será cobrado ao consumidor temos também e rácio de emissões de CO2 por embalagem transportada.
Mas não ficando por aqui o produto que é vendido ao consumidor tem 3 embalagens entre plástico que parece de muita boa qualidade, cartão e papel. Um custo desnecessário que gera resíduos, afecta o ambiente e certamente os custos de produção e manipulação que vão impactar o preço final do produto.
Além do desperdício no transporte e nos materiais, realço também a forma como vem embrulhado com aquele plástico muito grosso daquele que é mesmo difícil abrir, e que se não temos uma tesoura por perto ficamos bastante arreliados. certamente o “easy open” não foi pensado.
Certamente os gestores de marketing da marca tem 1001 razões para justificar esta questão, já seja pela protecção do produto no transporte ou a visibilidade no ponto de venda.
O repensar a embalagem deste produto podia permitir alem de poupar o ambiente, poupar também custos de transporte e produção que não acrescentam valor ao consumidor, aumentando a margem ou impactando essa poupança no preço de venda.
Julgo que está na hora para que todos os responsáveis de marketing que gostam de inovar , sejam mais sensíveis a estas questões e repensem como manter a protecção dos produtos e a visibilidade na prateleira sem que isso tenha custos para o ambiente nem para o consumidor. Cabe aos marketeers liderarem o processo do eco-design e não ficarem a espera de ser pressionados pelos consumidores para o fazerem, nessa altura pode ser tarde demais.
O consumidor agradece e o ambiente também.
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