Na era da web 2.0, centrada numa participação mais activa do utilizador, na partilha de informação e conhecimento, e onde a colaboração e contributo dos utilizadores é cada vez mais reconhecida e valorizada, coloca-se o desafio às empresas de criar ambientes colaborativos que permitam aos seus consumidores se expressarem e envolverem com a marca, numa perspectiva de construção de relações com ganhos mútuos. Num mercado onde a diferenciação é cada vez mais difícil, assume particular importância a capacidade de criação de laços fortes com os consumidores que ajudem a criar relações duradouras pouco ou nada abaladas pela promoção do momento.

 

O SAPO desde o seu nascimento está alicerçado numa estrutura de base tecnológica que sempre apoiou o software livre e o trabalho da comunidade Web. Anualmente organiza o SAPO Codebits, um encontro dedicado ao talento e à comunidade programadora portuguesa, que tem por base um concurso non-stop de programação que procura potenciar a criatividade e a inovação, e que inclui também apresentações sobre temas propostos quer pela organização quer pelos participantes.

 

Tendo como principal objectivo o incentivo à criação de software livre e aberto, este evento é já considerado por muitos o evento de novas tecnologias Web de referência em Portugal, e teve como efeito “secundário” uma grande aproximação da comunidade “techie” à marca SAPO. Não estamos a falar de conversões instantâneas obviamente, nem de confiança cega, mas houve uma clara aproximação que permite hoje ao SAPO compreender mais profundamente as necessidades, motivações e expectativas dos seus utilizadores, e capitalizar no seu conhecimento, competências e criatividade, ao fornecer-lhes ferramentas de desenvolvimento das mesmas. Ao mesmo tempo, ao terem esta oportunidade, os utilizadores sentem-se mais envolvidos com a marca, conhecendo-a mais profundamente, e podem colaborar com o seu know-how e capacidade inovativa na construção de melhores produtos e soluções.

 

E porque as marcas precisam dos seus consumidores para se reforçarem e reinventarem constantemente, este tipo de práticas deve ser cada vez mais encarado como parte integrante da estratégia de marketing das marcas. Neste novo mundo colaborativo as empresas devem estar cada vez mais atentas ao que se diz sobre as suas marcas, recorrendo aos tradicionais estudos de mercado mas complementando essa informação com a medição do pulso dos consumidores na internet. Hoje os consumidores esperam ser ouvidos, contribuir e até aprender com as marcas que utilizam. Segundo um artigo publicado recentemente pelo eMarketer Daily os consumidores americanos relevam maior interesse por marcas que os mantêm informados e melhoram o seu conhecimento criando relações que extravasam o simples fornecimento de um produto ou serviço.

 

As marcas têm que estar ligadas ao mundo e aos seus consumidores de forma dinâmica, contínua e colaborativa, e para isso há que criar momentos que proporcionem esta interacção real, e que sejam reconhecidos pelos utilizadores como experiências positivas e enriquecedoras, criando um goodwill em relação à marca que potencia o word of mouth, uma ferramenta cada vez mais eficaz com o crescimento exponencial da internet, a plataforma por excelência para a comunicação viral.