4 de março de 2008

Opiniões que Marcam

 


A marca de Portugal nem sempre existiu, o local sim, mas o país não se chamava Portugal, nem os que cá viviam eram os portugueses. Há 3000 anos aqui viviam os celtas, junto com os iberos passaram a Celtiberos. Depois vieram do mar para comerciar os fenícios os gregos e os cartagineses e deram origem aos lusitanos. Os lusitanos eram um povo bravo e guerreiro e conduzidos pelo seu Viriato (viriato significava chefe) resistiram 186 anos aos exércitos Romanos – como nota comparativa, os romanos tomaram o pais que hoje se chama França em apenas sete anos.



 


Na Citânia de Briteiros, encontramos as suas casas e a herança dos vestígios do pré- Portugal. Uma terra de resistentes que nos deixaram uma mensagem de carisma e bravura impar, que veio a influenciar, até aos dias de hoje a nossa marca.


 


 


Afonso de Portugal
A marca de Portugal, como todas as grandes marcas, não se fez num dia. Surgiu com a alma lusitana do sonho de um dos maiores visionários da História da Idade Média. A história da nossa marca começou com batalhas armadas, a primeira em São Mamede, onde Afonso Henriques derrotou a sua mãe e designou o berço da Nação, Guimarães.


 


D. Afonso Henriques foi para além de um destemido guerreiro, um visionário homem de marketing. Foi ele o primeiro a criar uma marca-país, no sentido contemporâneo do termo, através de uma consciência de nacionalidade, de unificação da língua, de uma moeda, de um território e, sobretudo, de uma visão estratégica capaz de posicionar e afirmar o país. Foi graças à sua subtileza política que conseguiu fazer com que, antes de 1200, Portugal já fosse Portugal, a primeira Nação europeia como estado independente. A marca de Portugal é assim graças a D. Afonso Henriques, a marca pais, mais antiga da Europa.


 



É triste, contudo, o reconhecimento e tão escassas as memórias que suscita o criador da nossa Nação… quanta nacionalidade perdida, quanta glória e honra esquecidas. O criador da marca de Portugal apenas em 2003 teve direito a honras de Panteão Nacional, no Mosteiro de Santa Cruz, onde, para o desconhecimento quase generalizado, jaz com seu filho D. Sancho I. Honras da guarda do estado a que apenas tem direito durante quatro dias por ano!… Este desrespeito pela memória mística do nosso fundador foi justificado pelas autoridades de estado por razões financeiras.


 


 


Cantarinha de Portugal
Em Guimarães, nasceu a nossa alma guerreira e a nossa marca colectiva, talvez por isso esta seja uma terra muito rica em marcas.
Marcas da nossa pré-nacionalidade, da nossa bravura, do ferro forjado das nossas espadas, mas também uma terra de marcas da nossa sensibilidade e uma delas contém uma mensagem muito especial: a cantarinha dos namorados.


 


Reza a história que quando um rapaz escolhia a sua futura companheira e se dispunha a fazer o pedido oficial aos pais da “futura”, primeiro oferecia à namorada uma cantarinha das prendas, que na verdade eram duas…


 


A mais pequena, era aquela que ia encher a maior, é despida de enfeites e significa a vida real, as incertezas do amanhã, o pão nosso de cada dia, as mil e uma coisas que fazem a felicidade.


 


A maior significa a abundância que se deseja ao futuro casal, semeada de ilusões e esperanças, de sonhos.
Nesta alegoria de barro encontro aquilo que precisamos para Portugal: uma enorme cantarinha dos namorados, para nos comprometer com o nosso pais e sermos capazes de transformar as nossas riquíssimas tradições, os nossos símbolos, em grandes marcas. Marcas essas que deverão ser construídas no equilíbrio da realidade concreta das nossas riquezas endógenas e das aspirações e sonhos da nossa imaginação, unindo sempre que possível as nossas riquezas do passado com a prosperidade que aspiramos para o nosso futuro.


 


 


Guimarães capital da marca de Portugal 
Guimarães é candidata a Capital Europeia da Cultura em 2012. Até lá vai existir uma oportunidade única de afirmarmos as nossas marcas. OEgas Moniz, o Viriato, o nosso visionário marketeer fundador, o cortejo do linho, a batalha das flores, as festas o pinheiro e ceias nicolinas, as novenas, as posses, o romantismo das maçãzinhas os bolos mais sexys do país: os sardões e as passarinhas, etc, etc.


 



Nesta e em todas as ocasiões mais ou menos mediáticas, perante a Europa e o Mundo, hoje, mais do que nunca, importa defender o nosso território e se possível conquistar outros. Acontece que as batalhas de hoje não se fazem com armas, fazem-se com marcas! Está assim na hora de reunirmos o nosso exército de milhares de marcas da nossa história, da nossa cultura, da nossa geografia, preparando-nos para as novas batalhas das marcas. Só assim seremos capazes de honrar os nossos bravos fundadores e assim preservar a sua memória de marketeers medievais, defendendo e fazendo prosperar a nossa grande marca de Portugal.

Avalie este artigo 1 estrela2 estrelas3 estrelas4 estrelas5 estrelasPor Carlos Coelho, Presidente da ivity brand corp

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