Há um mês partimos à procura de sangue novo para representar Portugal em Cannes, numa competição designada Young Lions. Foram oito os jovens criativos escolhidos. Em 24 horas de competição directa com mais de 30 países, eles terão que dar tudo pela pátria. Será uma experiência única, onde os melhores conquistarão o ouro, a prata e o bronze de forma inesquecível para o resto das suas vidas.
Depois de encontrados os vencedores e das formalidades, o desejo de voltar a saborear uma nova vitória para a criatividade portuguesa é ainda maior. Nestes tempos difíceis, uma nova vitória para a criatividade portuguesa dava jeito para subirmos uns pontos no ranking do respeito pelo nosso país.
Senti que tinha legitimidade para lhes dar umas achegas antes de os despachar para Cannes. E assim relembrei a minha experiência de há 11 anos atrás quando, em dupla com o Diogo Anahory, saímos de Cannes com uma medalha de ouro ao peito. Em jeito de improviso, tentei passar-lhes a ideia de que aquilo que nos fez ganhar foi algo muito valioso a que os espanhóis chamam de “ganas” e os brasileiros de “tesão”. Foi essa vontade e determinação (e algumas dores de barriga à mistura) que nos fez traçar um objectivo ambicioso: no mínimo um terceiro lugar. Ganhamos o primeiro.
Depois das minhas palavras, os oito magníficos sairam em silêncio com os vauchers na mão. Deduzi que estariam a interiorizar a palestra. Mas de uma coisa fiquei certo: se o Ricardo, o Francisco, a Zélia, o Frederico, a Carolina, o César, a Clara e o Nuno não ficarem nos três primeiros lugares, eu tenho a certeza que não foi por falta de talento, ganas ou tesão. E para que não lhes falte mesmo nada, termino desejando-lhes boa sorte!
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