12 de junho de 2009

Opiniões que Marcam

O mercado de aplicativos para telemóveis tem vindo a crescer de forma muito significativa, essencialmente potenciado pelo sucesso do lançamento da Apple’s App Store. Assiste-se hoje a uma clara mudança no acesso a conteúdos mobile dos portais de operadores para as lojas de aplicações mobile, com on-device storefronts.


 


No mercado móvel existem três grandes grupos: fabricantes, operadores e utilizador final. A comunicação era feita entre fabricantes e operadores, e depois entre operadores e utilizadores. Devido a esta dinâmica de funcionamento com forte intermediação, os programadores não conseguiam fazer chegar junto dos utilizadores finais as suas aplicações. Existiam muitos problemas de compatibilidade devido à vasta oferta de equipamentos, e era necessário manter negociações com cada operadora separadamente para assegurar uma distribuição em massa.


 


Em 2007 surge um novo (velho) fabricante, a Apple, com o iPhone. Esta entrada trouxe, como é sabido, uma nova dinâmica ao mercado:


 


- por um lado com a utilização de um sistema operativo com cerca de 1000 API’s (Application Programming Interface), a Apple veio facilitar a vida aos programadores e incentivá-los à produção de aplicativos para o iPhone.


 


- por outro, o desenvolvimento de um novo market place, a Apple App Store, facilmente acessível a partir do iPhone e onde, com enorme simplicidade, o programador consegue distribuir e comercializar em massa as suas aplicações, para todos os utilizadores de iPhone (download e compra).


 


Assim, a Apple conseguiu estabelecer um canal developer-to-consumer, reduzindo a intermediação dos operadores com utilizador final, e chegar rapidamente ao domínio do mercado dos conteúdos mobile. Estabeleceu-se, então, um novo paradigma de mercado que dá origem a uma fonte de receitas adicional (para os fabricantes, que vêem ao procura pelos seus equipamentos aumentar e recebem uma parte das receitas das vendas das aplicações; e para os programadores, que conseguem uma linha de venda directa com o consumidor).


 


Alguns factores foram determinantes para o sucesso destes marketplace, desde a popularidade do dispositivo, à facilidade de criar boas aplicações sobre o sistema operativo utilizado, à compatibilidade com múltiplos dispositivos, à oferta de um mercado unificado onde os utilizadores podem encontrar e comprar todas as aplicações disponíveis, à utilização de um sistema de billing centralizado (utilizando o operador e ferramentas do dispositivo) e à capacidade de distribuição global.


 


O advento dos smartphones veio também contribuir para esta alteração da lógica de mercado. A grande maioria destes dispositivos, ao contrário dos telemóveis comuns, utiliza sistemas operativos abertos que permitem adicionar aplicações.


 


Neste contexto, o Portal SAPO lançou recentemente duas aplicações para o iPhone: Banca de Jornais e Cinema, que permitem ao utilizador manter-se actualizado com as últimas notícias ou ter acesso ao cartaz de cinema e a todas as novidade na área no seu smartphone (http://mobile.sapo.pt/iphonelab/). Estas aplicações têm sido um verdadeiro sucesso no mercado Português, estado sempre no top de downloads da Apple Store em Portugal.


 


O desafio para os fabricantes de smartphones e sistemas operativos mobile (Symbian, Android, Palm, Microsoft, etc), é conseguir desenvolver plataformas de distribuição directa de conteúdos aos utilizadores finais, com os ingredientes para o sucesso, tal como fez a Apple.


 


Para os anunciantes é importante estar a par destas novas aplicações que normalmente estão direccionadas a necessidades (e targets) muito específicos, e que no espaço de poucas semanas podem estar na área nobre do ecrã de centenas de milhares de telemóveis.


 

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