Fátima é hoje um dos principais altares do Mundo, para onde convergem anualmente mais de 6 milhões de peregrinos de diversas nacionalidades e crenças religiosas.
Mas antes não passava de um lugarejo perdido onde, em pleno século XX, ocorreu o mais importante milagre desde a fundação da Igreja Católica.

Um milagre público, anunciado com três meses de antecedência, ao qual assistiram mais de 70 mil pessoas. Nossa Senhora, a 13 de Maio de 1917, perante um Sol que bailou, trouxe à Terra um pedido muito especial: “recitai o rosário todos os dias para obter a paz para o Mundo e o fim da guerra”.

Uma marca é, na sua essência, um factor agregador intangível, capaz de unir multiplicidades que vão muito para além de uma mera perspectiva comercial.

Neste sentido, Fátima, a localidade assim baptizada em honra de uma princesa Árabe que por amor se converteu ao cristianismo é, do meu ponto de vista, talvez a maior e a mais importante marca de Portugal no Mundo.

Fátima é, para os árabes, uma das filhas de Maomé, a mais importante e a venerada no Paraíso depois de Maria.

Por que será que Nossa Senhora escolheu um local de origem árabe quando existiam tão próximos, tantos outros de origem cristã? Terá sido Fátima escolhida por acaso, ou por mera coincidência?

Não pretendo teorizar sobre as diversas religiões ou a sua responsabilidade na construção de uma plataforma de entendimento que permita ultrapassar a “Guerra Santa” que prospera pelo mundo.

O certo é que, em Fátima existem mais do que apenas coincidências no sentido da amplitude supra-religiosa da sua mensagem.

O Islamismo aceita Deus como o seu Senhor, o Papa como representante, o Rosário é comum aos Xiitas e, em Fátima, a nova Catedral da Santíssima Trindade, que sendo um local de culto cristão, o Papa João Paulo II queria que fosse um espaço aberto à universalidade, ao diálogo e à partilha com outras crenças e práticas de fé.

Pois a mensagem que gostaria de deixar é o desafio de tornar Fátima numa Marca ainda maior, um desígnio de Portugal no Mundo, uma marca de paz, de convergência ecuménica, de conciliação entre religiões que se dividem mais nos actos do que propriamente nos princípios.

A Marca Fátima, mais do que um centro de merchandising barato – que mistura sinais de um país ainda pobre, com artefactos e camisolas de futebol –, tem a oportunidade, e quanto a mim o dever, de procurar a sua elevação económica e espiritual, posicionando-se como o Grande Centro de Fé do mundo, uma grande marca de Paz assente na verdadeira mensagem de Nossa Senhora do Rosário.

Portugal, como nenhum outro País, tem a credibilidade para, em Fátima, derrubar os muros que ainda dividem o povos e, pela paz, acabar com as guerras, fazendo a reconciliação das divergências do mundo.

E esse é o mais nobre dos sentidos que se podem dar a uma marca.

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