15 de maio de 2009

Opiniões que Marcam

Há cada vez mais gente junta nas Redes Sociais.



Para além do sucesso mundial recente (a confirmar com o tempo) do Twitter que cresceu de 475.000 utilizadores para 7.038.000 entre início de 2008 e 2009 (segundo a Nielsen Netview), o já clássico Facebook passou de 20 para 65 milhões no mesmo período e o Zimbio cresceu 240%.



O fenómeno traz consigo o surgimento de uma nova geração  – a geração C (C de criatividade e de conteúdos) – materializada sob a forma de milhões de uploads de filmes, fotos, músicas e textos.



Esta geração de “criativos” criou novos desafios a várias indústrias, a dos Media e do entretenimento, nomeadamente, que tiveram que se re-configurar para enfrentar um novo modelo económico.



Mas os sites de partilha de conteúdos criaram também aos Marketeers um novo ambiente em que a Marca deixa de ter o monopólio sobre o que se diz dela.



Ameaça portanto. Mas como não ver nestes sites ao mesmo tempo uma fantástica ocasião para as Marcas de recolher “insights” importantes sobre os seus produtos e sobre a projecção da sua imagem junto dos consumidores?



As Redes Sociais apresentam oportunidades de comunicação inauditas, e no entanto, ainda tão pouco exploradas – sobretudo na Europa.



Em Portugal, as cinco mais relevantes (Hi5, Facebook, Myspace, Netlog e Twitter)  acumulam cerca de 3,6 milhões de utilizadores (não únicos, claro) e permitem, por via de publicidade gráfica, segmentação através dos perfis desses utilizadores.



Os resultados, medidos em taxas de clicks, são ainda relativamente baixos se os compararmos com sites “tradicionais”, mas também é verdade que o custo por contacto é cerca de 5 vezes menor.



A Volkswagen, por exemplo, acaba de lançar nos Estados Unidos a sua aplicação para o Facebook (www.facebook.com/vw) onde é proposto ao utilizador o modelo que melhor corresponde ao seu perfil pré-definido na sua página pessoal do Facebook.



O desafio lançado às Marcas por este novo ambiente atinge o paroxismo no caso da Blogosfera.



Existirão – ninguém se põe de acordo sobre o número – mais de 200 milhões de blogs a nível mundial e o Blogger ensina-nos a criar um em 3 passos e 3 minutos.



A capacidade dos blogs em gerar rumor e efeito “passa-palavra” a uma velocidade estonteante, pode ter efeitos devastadores na imagem das Marcas. Como pode ter um efeito positivo potenciador.



A questão é que os “blogueiros” se tornaram criadores de opinião, preconizadores espontâneos, bem ou mal intencionados, mas totalmente livres da influência das Marcas.



Porque estamos perante um fenómeno de comunicação inteiramente novo, os marketeers encontram-se numa fase de frustração e de impotência, impedidos pela ética de influenciar a opinião dos “blogueiros”, limitando-se a escutar.



Apesar dos obstáculos ainda difíceis de vencer no contacto com este público – não há estatísticas fiáveis sobre o seu número e escrevem sob pseudónimos – vencerão as Marcas que primeiro conseguirem estabelecer o diálogo na Blogosfera.



Mas esse diálogo terá que ser baseado num tom e estilo de comunicação totalmente novos e numa ética diferente, ou seja numa nova cultura de empresa.

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