Durante muito tempo, os estádios de Futebol foram considerados os monumentos ao homem comum.
Pois em Braga, onde antes era apenas uma pedreira comum, foi construído um dos mais bonitos e intensos estádios do mundo.
E tanto assim é que, o prestigiado Financial Times diz que a este nenhum outro se compara; tão delicado exercício de cenografia de betão e pedra, da autoria do genial arquitecto português, Eduardo Souto de Moura.
Diz-se que é apenas comparável ao famoso Allianz Stadium de Munique, aquele policromático “disco voador”, ou ao gigante “ninho” olímpico de Beijing, ambos da autoria do multi-premiado Arqº suíço, Jacques Herzog.
Segundo Herzog, os novos estádios deverão adquirir o estatuto performativo das grandes óperas, sendo o seu conteúdo simbólico e estético, uma transferência das grandes edificações religiosas e culturais de outros tempos.
Mas o verdadeiro conteúdo deste palcos continua a ser a magia do futebol. Em Braga, como por todo o país e um pouco por todo o mundo, o futebol é a mais forte ligação entre povos, configurando a mais universal das indústrias da globalização.
Se as pessoas não estão de acordo, nas opções políticas, religiosas ou sociais, encontram neste desporto, de regras simples, uma energia unificadora.
O futebol é o mais importante desporto planetário, visto por milhões de adeptos e, por isso, uma marca muito importante para o país. No futebol somos mundialmente influentes, desde 98 subimos 33 posições no ranking da FIFA, ocupando actualmente o 10º lugar entre 201 países; temos o futebol mais sexy da Europa, jogadores e treinadores nas principais equipas do mundo.
Permitam-me aproveitar a analogia do jogo para pedir um intervalo no jogo da economia nacional, de modo a reflectirmos um pouco sobre a importância estratégica que as marcas, neste caso a arquitectura e o futebol, podem ter na construção do edifício de prosperidade do país.
Fruto do trabalho de duas grandes escolas, a de Lisboa e a do Porto, temos hoje uma geração de muitos e brilhantes arquitectos, entre os quais alguns dos melhores do mundo, como Souto Moura e o grande mestre Álvaro Siza Vieira.
Fruto também de um trabalho de formação, temos hoje uma geração de brilhantes equipas, jogadores, treinadores e técnicos do futebol, também eles entre os melhores do mundo, de onde se destacam entre muitos outros Luís Figo, Cristiano Ronaldo e José Mourinho.
Ao fazer sair o futebol do seu sentido estrito, e usando-o na sua dimensão universal, podemos aproveitar o capital de notoriedade deste desporto e criar uma plataforma de credibilidade internacional, que nos permita promover as nossas melhores marcas, símbolos do profissionalismo e determinação de uma geração de portugueses empenhados em mostrar uma imagem de Portugal contemporâneo, ao nível dos melhores do mundo.
Não nos podemos esquecer que, depois do intervalo da crise, temos de entrar em campo com uma estratégia vencedora para as nossas marcas.
Portugal não pode perder, acreditem, somos uma grande equipa de talentos que me permite afirmar que, nesta ousada ligação entre a arquitectura e o futebol, estamos em condições de marcar muitos golos de betão, no cada vez mais sofisticado e competitivo jogo da economia.
Golos de Betão, assim tão brilhantes e sólidos, inesquecíveis e mundialmente relevantes, tanto quanto se querem que sejam as nossas marcas.
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