Nas últimas décadas, em muitas empresas, a política de marketing tem andado cada vez mais arredada do departamento de marketing, ficando a cargo de outros departamentos funcionais. As competências do marketing encontram-se, em muitos casos, limitadas às decisões tácticas de preço relacionadas com a actividade promocional.
Numa altura em que a conjuntura económica não é favorável e que os clientes são cada vez mais sensíveis ao preço, o target pricing é uma oportunidade para os departamentos de marketing retomarem a condução dos processos de decisão sobre preços.
O target pricing é uma das muitas tendências analisadas pelo Marketing Future CastLab, do ISCTE, através da qual as empresas estão a recriar uma velha e simples ideia de marketing.
De uma forma muito simplista o processo é o seguinte:
- o preço deve ser determinado a partir do valor a que o cliente está disposto a pagar, ou seja, tendo em conta o preço de referência do mercado;
- a seguir, a empresa deve definir a margem que pretende atingir;
- por último, deve redefinir os seus processos de fabrico, de forma a ser capaz de produzir os produtos ou os serviços, reduzindo ineficiências, para que seja possível manter o preço aceite pelos consumidores e a margem pretendida.
As políticas de bundling de preços viabilizam, também, um complemento de valor acrescido, contribuído para que o target pricing possa ser mais competitivo.
De forma a aproveitar esta oportunidade de determinação de uma variável tão importante como é o preço – e construindo, assim, uma vantagem competitiva – é necessário que os responsáveis de marketing assumam o risco de colocar em causa o statuo quo existente em muitas organizações e tomem novamente em mão esse importante instrumento da estratégia de marketing, passando a dirigir equipas multidisciplinares que sejam capazes de implementar processos de target pricing.
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