17 de fevereiro de 2009

Opiniões que Marcam

A notícia recente de que um restaurante londrino propunha aos seus clientes que pagassem pela refeição o preço que entendessem justo, pode ter várias leituras: é uma indiscutível acção de marketing a que a crise económica, que afecta também os profissionais da City, forneceu o álibi necessário, mas porque não ver nela ao mesmo tempo uma caricatura de uma tendência de fundo: a tomada do poder pelo consumidor?


 


O paradoxo é o seguinte: numa altura em que a informação que os marketeers detêm sobre os hábitos, padrões, preferências e comportamentos dos consumidores é mais rica do que nunca, permitindo hiper-segmentações e, logo, possibilidades inauditas de vender mais e durante mais tempo, o consumidor contra-atacou, desenvolveu as suas próprias estratégias, segmentando ele próprio as Marcas de forma a maximizar o valor que delas retira.


 


Basta-lhe para isso um bom motor de busca.


 


A profusão de sites comunitários de partilha de opiniões sobre produtos (www.feedback20.compor exemplo) que apelam ao “compromisso com a comunidade” é uma das faces visíveis da tendência; eles representam não uma ameaça para as Marcas mas sim um maná de “insights” relevantes para os marketeers.


 


A Procter & Gamble desenvolveu os seus próprios sites comunitários destinados a promover o “passe a palavra” sobre produtos seus, recolhendo daí importante informação sobre os seus consumidores e criando ao mesmo tempo um fantástico barómetro de Marca.


 


Qual segmentação qual quê…O que está hoje em causa é: Primeiro identificar o problema do consumidor e depois propor a nossa marca como solução.


 


O desafio para o anunciante já não é fugir aos Mass-Media e encontrar o melhor canal para chegar à intimidade do seu “target”. 


 


Já não chega ter sites interessantes na Internet ou programas de marketing relacional com ciclos de fidelização pseudo-personalizados. E muito menos call-centers a perguntar aos nossos clientes se estão satisfeitos. À hora do jantar.


 


O desafio actual dos marketeers está em criar canais que tornem as Marcas acessíveis ao diálogo com o consumidor. Ouvi-lo e ter a humildade de reconhecer que ele só nos ouvirá quando e onde muito bem entender.

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