Junto ao Sado e com a Arrábida de fundo a península de Setúbal esconde segredos, símbolos e tradições que ao longo dos anos marcaram as gentes e a sua cultura.
A nossa viagem teve início naquela que é conhecida por muitos como “a cidade do rio azul”. E é, de facto, ao Sado, que Setúbal deve grande parte da sua herança cultural.
Diz-se também por aqui que a sua luz é muito própria e que o sol de Setúbal tem uma luz especial. Infelizmente, o tempo nublado não nos permitiu constatar esse facto, contudo, recuperámos em Setúbal uma das actividades maiores de toda a região: a Indústria Conserveira.
Fixou-se na terra ainda no século XIX e desde sempre que as conservas foram um importante motor económico e social para as gentes de Setúbal e para muitos que para cá vinham trabalhar. No Museu do Trabalho, ele próprio edificado onde antes existia uma das maiores fábricas da região, conhecemos o fabrico e as histórias de quem viveu de perto esta indústria.
Berço de poetas e artistas, Setúbal é ainda hoje uma cidade marcada pela forte presença de um dos poetas maiores de língua portuguesa. Manuel Maria Barbosa du Bocage, edificado na praça central da cidade, e retratado na sua casa-Museu, é sinónimo de orgulho das gentes setubalenses e, até hoje, um símbolo que divide as atenções com a serra que sempre lhe deu protecção e o rio que lhe trouxe algumas das conquistas económicas.
A reposicionar-se como destino turístico, a cidade conta ainda com um património arquitectónico marcado pelo primeiro monumento do estilo Manuelino – o Convento de Jesus.
Mas é nas estreitas ruas de Setúbal, outrora habitadas por pescadores e industriais que se sente a necessidade de uma rápida requalificação e organização do património urbano; projectos que já estão a acontecer na zona ribeirinha e porto de Setúbal que se querem tornar nos cartões de visita da cidade.
Outras histórias da península
Indissociável da procura turística de Setúbal está a outra península que ao longo dos anos lhe trouxe o reconhecimento e se tornou num destino de veraneio cada vez mais procurado. Seguimos então nos já tradicionais ferrys, uma viagem de cerca de meia-hora que nos leva a Tróia e que hoje recebe um dos projectos turísticos nacionais mais ambiciosos. 400 milhões de euros investidos pela Sonae, em parceria com a Amorim Turismo originaram o Troiaresort ainda em desenvolvimento. Golf, moradias e apartamentos, um “eco-resort” e vários serviços compõem as novas propostas da península romana marcada pela ligação ao sal e ao peixe.
Mais para o interior é o castelo de Palmela que se ergue imponente sobre a vila que este ano viu a sua tradicional produção vinícola reconhecida ao tornar-se “Cidade do Vinho 2009”. Mas as encostas da Serra da Arrábida não acolhem só a produção de vinho e é nos pastos da serra que nasce o Queijo de Azeitão, produzido ainda de forma artesanal por sete queijarias da região que continuam a levar à mesa uma das marcas maiores de Azeitão. A mesma que divide o protagonismo com as famosas tortas, provenientes de uma recita secular e que viram a sua expansão ter inicio em 1995 com a Fábrica de Tortas Azeitonense.
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