9 de fevereiro de 2009

Opiniões que Marcam

- Zéi o Marr tá Brrab – ' (José o Mar está agitado).



Foi neste tempo incerrto, que afasta os homens do marr, mas que atrrai o peixe á costa, que escolhemos para falarr de dois dos pilarres simbólicos da marrca Setúbal: o peixe frresco e os Galeões do sal.


 


Os galeões são gigantes botes de vela bastarda, que começaram por ser barcos de pesca até 1925; quando apareceram os vapores foram, naturalmente, para o desemprego; depois foram modificados e passaram a ser barcos de carga de sal e assim se mantiveram-se até ao final dos anos 70, onde o sal foi substituído (como por aqui se diz), pelo frio enlatado ( o frigoríco).


 


Depois quase morreram. Foi olhar de estrangeiros que redescobriu, na altura enterrado na lama, este fabuloso património náutico. Desde então um grupo de pessoas liderado pelo pai do famoso João cabeçadas, o português que faz parte da equipa  suíça do Allingui (o veleiro Suiço que ganhou a América’s cup), que foi criado um núcleo de recuperação destes magníficos barcos.


 


Agora fazem-se passeios no rio Sado, na baia de Setúbal que, para faz parte do restrito clube das 30 mais belas baias oceânicas do mundo e assim mantêm a ligação das pessoas, com o mar, através da recuperação de uma das mais genuínas marrcas de Setúbal. 


 


Setúbal, a cidades dos erres (pela influência de Napoleão ou dos gestores franceses das fábricas conserveiras que por aqui passaram durante a revolução industrial), foi desde sempre, a portagem obrigatória da grande nautoestrada  do sal, que ligava o mar a Alcácer.


 


O peixe frresco é a sua grrande marrca e foi esta actividade que para aqui atrraiu gentes do marr de todo o país.


 


Hoje, no mais antigo centro pescatório da cidade, o mal conservado Bairro das Fontainhas – bairro das varinas que aqui se fixaram vindas do norte: Murtosa, Ovar e Aveiro – vive-se o o vazio industrial de outros tempos, mas mantêm-se robusto o Bataréu: o degrau onde se grelha o melhor salmonete do mundo.
 


É mesmo assim, o Bataréu é um inestético degrau, onde o mestre João Galucho, serve em Setúbal, sem cerimónias, imaculadamente frescos , aquele que em Nova York poderia ser considerado o “caviar” dos peixes.


 


O Rio Sado é um imenso berçário de mais de mais de 40 espécies, de onde destaco, repito, o melhor salmonete do mundo. Trata-se de um peixe cuja paleta de nuances gustativas varia de acordo com a zona de captura, consoante esteja mais ou menos perto do mar.


 


O salmonete é uma das muitas, saborosíssimas, marrcas de Setúbal, escolhia-a não apenas pelo simbolismo mas também pelo valor real que o peixe genuinamente fresco tem, na emergente economia da autenticidade, pilar fundamental para o desenvolvimento da marrca territorial de Setúbal e do Pais .


 


O mar agitado, as tempestades, estão na base da relação do homens com o mar e obrigaram à construção de bataréus, para impedir que o mar galga-se as casas.


 


Pois fica o desafio para que, nesta tempestade de receios económicos, se construam bataréus que impeçam que as nossas marrcas, as de Setúbal e todas as outras do Pais, não se afundem .


 


É que no peixe e metaforicamente nas marcas, devemos gerir o futuro partilhando a visão dos mestres pescadores do mar, que nos ensinam que é após o mar revolto que vêm a costa o peixe mais graúdo.


 

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