30 de janeiro de 2009

Opiniões que Marcam

 


Quando se agigantam as previsões de desemprego e diariamente se avolumam as notícias de despedimentos, pode parecer paradoxal que a EXAME regresse ao tradicional tema “As Melhores Empresas para Trabalhar em Portugal”. Mas, provavelmente, é em neste contexto económico que o tema se torna ainda mais relevante.



Na véspera do fecho da edição, fomos avisados pela sucursal em Portugal do Citibank de que, para cortar custos, uma das suas regalias que servira de mote para a fotografia da sua equipa fora eliminada da lista de benefícios. A fruta gratuitamente disponível para todos deixaria de o ser. (Repetimos a fotografia, para que a informação não saísse desactualizada). É previsível que muitas das empresas que visitámos venham, tal como o Citibank, a ter de cortar alguns dos benefícios que oferecem aos seus funcionários.


 


Significa isto que as melhores empresas se para trabalhar deixarão de o ser nos próximos tempos? Não necessariamente, porque o que estas 66 empresas têm de especial, mais patente à medida que se caminha para as posições cimeiras, é uma cuidada e consistente gestão dos seus recursos humanos, em que esta função se entrecruza com a gestão estratégica da empresa. As melhores para trabalhar são empresas em que cada colaborador sabe quais os valores, a missão e a estratégia seguida, em que se cuida da qualidade do serviço ao cliente, em que as pessoas sabem claramente o que é esperado no desempenho da sua função, em que a formação é uma constante, em que as equipas funcionam de forma coesa e em que os colaboradores sentem orgulho por aí trabalhar. Não serão estas as empresas mais bem preparadas para as dificuldades que virão?



A Microsoft é novamente a empresa com o mais elevado grau de satisfação dos seus empregados. É a quarta vez que alcança o primeiro lugar neste ranking que a EXAME edita há nove anos. Mas agora divide o pódio com a Gelpeixe e o Penha Longa Hotel, estas duas últimas empresas em ex aequo. É que, face à dimensão que a lista atingiu, a EXAME e a sua parceira Heidrick & Struggles (H&S), consultora de gestão de talentos responsável pelo estudo, decidiram criar rankings autónomos para as grandes, por um lado, e as pequenas e médias empresas, por outro. A separação permite fazer comparações mais justas entre realidades mais aproximadas.



Premiamos 66 empresas, mas muitas ficaram pelo caminho. Onze delas estiveram mesmo muito perto de conseguirem os mínimos de qualificação: um grau de satisfação global dos seus funcionários superior a 60%. Esta é uma selecção muito rigorosa e exigente que se desenvolve ao longo de cinco meses e que se inicia com um questionário a todos os colaboradores, a que se soma um inquérito respondido pelos gestores e que envolve ainda a visita de um jornalista e de um repórter fotográfico à empresa, onde livremente circulam e interpelam os funcionários, aleatoriamente escolhidos. Foi uma tarefa titânica para duas pequenas, mas muito eficazes equipas, da H&S e da EXAME, que estão de parabéns por mais um recorde.

Avalie este artigo 1 estrela2 estrelas3 estrelas4 estrelas5 estrelasPor Isabel Canha, directora da revista EXAME

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