..Touch Me… É óbvio que os verdadeiros apreciadores de música e de bom ROCK fizeram de imediato o click e associaram este título aos lendários “The Who”. Outros até terão cantado.
Esta banda é das poucas que ultrapassou o estatuto de Marca e atingiu uma galáxia de nível superior. Uma Marca que soube criar música, dar espectáculos, manter e conquistar novas gerações, com o seu som único e poderoso, num showbiz complexo como é o da música.
Séries de culto, também elas Marcas, como o CSI, apresentam-se e vendem-se aos seus adeptos com a Música dos “The Who” e isso ajuda muito a mergulhar naquele tipo de série. Algo que jamais se conseguiria com os Boney M!
Claro que a indústria, o mercado e os louquinhos por música eram bem diferentes dos dias (e noites) de hoje! O genial Jim Morrison, dos Doors dizia numa das suas músicas, “nigth divides the day”. Ou será o contrário ?
Há uma coisa que não mudará nunca: o amor à música. Algo que é preciso saber alimentar e desenvolver, numa sociedade onde as relações são cada vez mais voláteis. O formato dos concertos e o local, varia em função do grupo, da sua música, e do cliente tipo. Há intérpretes para o Coliseu, tipo David Byrne, ou para Pavilhões, tipo Roberto Leal, ou para o Maxim, tipo José Cid, ou para os estádios, tipo Rolling Stones. Os estádios de futebol são palcos incríveis para os músicos se soltarem, darem o seu melhor e energizarem 100 mil fans numa viagem musical, de entrega e curtição, que jamais esquecerão.
É nestes momentos de contacto com os Heavy Listeners de música, que se faz negócio.. É aqui que se recria e reforça a QUIMICA entre a banda e os consumidores, que (ainda) compram discos, dvd’s,T-shirts e outro merchandising… e é também aqui que o Marketing Relacional entra a matar!
Os Rolling Stones e MICK JAGGER ao prolongarem o palco pelo meio da assistência e, ao criarem “touch points” com os seus fans, sabem muito bem o que estão a fazer.
Estão-se a abrir aos seus admiradores e a dizer loud&clear. SEE me, TOUCH me, HEAR me, FEEL me. E claro BUY me!
Numa palavra “Brand Experiences” poderosíssimas! Quanto vale a histeria saudável, de ver o ídolo a um metro, de tocar na mão do vocalista, duma foto especial ou de um beijo numa sortuda que nunca mais na vida vai lavar a cara?
Por alguma razão as tournées têm vindo a crescer. Ao contrário da incerta venda de discos, o ROI é mais seguro e imediato. Daí que alguns nomes, já fora da indústria discográfica se aventurem em novas vagas de concertos por esse mundo.
Nos estádios também actuam jogadores de… Futebol, mas aqui, o Marketing Relacional tem andado um bocado a dormir!
Lembro-me com alguma saudade das idas ao Estádio onde assistia, emocionado, à volta que os jogadores davam ao estádio para saudarem os adeptos, fazerem vénias e a curvarem-se de mãos dadas perante os ferverosos amantes da bola.
Hoje estão cansados para fazer isso… acham que, curvar-se é rebaixar-se. É triste! Ou então, não percebem ou ninguém lhes disse, a importância e relevância de tal gesto. As vedetas da Bola, amantes venerados das grandes Marcas, põem os Ray-ban ou os Armani e escondem-se atrás das suas enormes lentes. Curtem nos Ipods e entram surdos e mudos nos autocarros, ignorando na maioria das vezes, a moldura humana que ali se montou há horas. É uma falta de respeito, e irrita qualquer pessoa. Pavões e vedetinhas. É óbvio que há excepções. Cabe à selecção, aos clubes e ao seu Marketing educar os seus jogadores, simples empregados ao Serviço do Clube, como actuarem, também fora do relvado e junto dos seus consumidores…
As pessoas querem e precisam desesperadamente de HERÓIS nas suas vidas. Eles, só têm que retribuir, de vez em quando. Basta um sorriso, um aceno ou um autógrafo. O exemplo que vimos nas touradas é duma empatia profunda entre os artistas e o público. Já era assim no tempo dos Gladiadores. Se calhar é da praça ser redonda onde, tal como no restaurante e nas reuniões a Comunicação e a conversa é mais aberta, franca e eficaz.
A indústria do Futebol tem muito a aprender com a indústria da Música. Tocar “We are the Champions” dos Queen nos estádios, sabe a pouco. Claro que há grandes Marcas que percebem o valor real da música na Comunicação. Uma delas foi a Peugeot, que nos anos 90 utilizou a música dos “The Who” para promover o Peugeot 205.
Cá eu, mantenho-me fiel ao John Miles que tocava no 2001: “Music was my first love, and it will be my last”…
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