É costume dizer-se e depois do Natal :  “Ano novo, vida nova! ”, talvez não tenha muita implicação no que à publicidade diz respeito ou talvez até tenha, o facto é que temos sempre muitas expectativas face ao ano que se inicia e fazem-se planos ou pronunciam-se intenções que se gostariam de ver concretizadas.

 

A publicidade não é alheia ao discurso social e por isso mesmo não raras vezes a propósito de promessas a cumprir, constrói histórias engraçadas (tenho ouvido anúncios deste tipo sobretudo na rádio) aproveitando esta ideia de esperança naquilo que há-de vir…Este ano contudo, talvez pela crise que não só se adivinha como já se sente, as marcas em geral não festejaram de modo tão efusivo a entrada do novo ano, pelo menos assim registei.

 

Contudo parece-me que é nas fases mais complicadas que surgem as ideias mais criativas e para aquelas marcas que resistem este é um tempo especialmente favorável às fórmulas mais inovadoras, aliás na publicidade como na sociedade é preciso definitivamente reinventar, reconstruir e repensar novos espaços, novos cenários, novos contextos…

 

Pelo que foi dito, gostava de partilhar convosco que apreciei sobremaneira o novo anúncio de uma marca de Whisky que apela de uma forma muito directa a valores de sempre, em que o “ ser diferente” não se fica pelo “ser original”, mas aplaude o respeito pelo outro, o cavalheirismo, a união, a solidariedade.

 

Pode ser que o discurso vá por aqui, mais longe do supérfluo, mais perto do essencial, vou procurar estar atenta ao que a publicidade tem para nos contar, porque afinal na sua ânsia de vender, de se afirmar, as marcas acabam sempre por falar por nós e para nós, mostrando um lado mais ou menos oculto daquilo que somos ou daquilo que queremos ser.