Quando Nassim Taleb nos levou a pensar de uma forma assustadoramente racional sobre o impacto do altamente improvável, sentiu-se por um lado um certo conforto. E porquê? Porque apesar do elevado impacto que certos acontecimentos inesperados e improváveis têm na sociedade, afinal a vida ainda tinha muita previsibilidade e alguns desses acontecimentos eram bons (os chamados Cisnes Negros positivos). O autor caracteriza no seu livro (O Cisne Negro) esses acontecimentos como inesperados, de elevado impacto, e após a sua ocorrência até nos parecem incrivelmente previsiveis. Marcou-se a abordagem ao tema recorrendo à existência de Cisnes Negros, os quais são também a excepção da especie.

 

Afinal há muitos Cisnes Negros. Parece até que estavam escondidos e resolveram aparecer todos repente. Mas não, não se pense assim porque alguns fazem parte dos impactos colaterias deste efeito dominó e por isso se estão a tornar Negros.

 

Durante muitos anos deixou-se desenvolver metodos e práticas de gestão que conduziram ao aparecimento de muitos Cisnes Negros de impacto negativo.

 

E como sai uma marca duma situação destas? Já estou a imaginar um guia de marcas em que na capa encontramos um Cisne (não sei se branco ou negro) com as asas abertas a proteger as marcas sobreviventes ao impacto negativo.

 

Decerto que os próximos tempos servirão para evidenciar as virtudes de muitas marcas, mas a maré negra arrastará muitas outras não menos virtuosas.

 

Os Cisnes Negros desaparecerão? Creio que não. Os Cisnes Negros continuarão a aparecer em grande quantidade mas tendêncialmente serão mais, os chamados positivos.