Deparamo-nos por estes dias, à semelhança de outros anos passados, com a chegada antecipada do Natal, quer nas ruas e avenidas das grandes e pequenas cidades, quer nos anúncios luminosos, revistas e sobretudo nos nossos televisores (cada vez menos pequenos e cada vez mais planos).
Efectivamente é muito fácil constatar (para quem tem filhos por exemplo), que chovem anúncios publicitários a brinquedos e afins, invariavelmente no período das manhas, sobretudo dos fins-de-semana. E ao contrário do que seria de esperar nada disto nos causa grande estranheza. Há muito tempo que a publicidade e todo o comércio em geral nos habituou a esta espécie de comemoração ou celebração atípica, intemporal, muito distante do que verdadeiramente simboliza esta época.
Nada contra a festa que se pode e deve fazer, muito menos no que à publicidade diz respeito, uma vez que são por demais conhecidos os seus propósitos, mas são muito poucas as campanhas que se distinguem no discurso produzido nesta época, arriscar-me-ia a dizer (considerando obviamente raras excepções criativas) que boa parte das campanhas apenas se limitam a recuperar temas anteriormente elaborados a este propósito, não acrescentando nada de muito substancial…agradável seria encontrarmos propostas que vendendo os seus produtos, nos pudessem também relembrar do essencial, porque ao contrário do que se possa pensar, considero que estamos muitos cheios de tudo o que o Natal “representa”, mas muito vazios daquilo que ele tem verdadeiramente para nos oferecer…
E como sou daquelas que acredita nesta espiral de valores que sistematicamente oscila entre aquilo que a sociedade é e aquilo que a publicidade representa, penso que todos ganhariam, com um discurso mais original, mais próximo do que afinal se entende por Natal.
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