O desenvolvimento da Internet, como media e suporte publicitário tem agitado as relações entre os anunciantes/publicitários e os tradicionais meios de comunicação.
A importância que estes agentes lhe têm atribuído manifesta-se na criação de departamentos/agências especializadas; no incremento das dotações orçamentais; na evolução dos softwares que, por um lado, permitem melhores possibilidades criativas/comunicacionais, e por outro, novas oportunidades de segmentação e personalização das mensagens comerciais.
Todavia, a evolução deste meio, que no nosso país tem cerca 3,9 milhões de utilizadores, onde qualquer indivíduo pode intervir, não é pacífica, já que a proliferação de mensagens “suspeitas”, que contêm informações falsas ou passíveis de induzir a erro os consumidores, chegando inclusivamente a prejudicá-los, é hoje uma realidade.
Uma qualquer pesquisa on-line revela-nos websites dedicados a produtos ou serviços que contêm afirmações falsas; publicidade enganosa nos botões, banners, pop-ups, ou outros formatos em websites que não o do próprio anunciante; para não referir as mensagens de correio electrónico que recebemos, que tanto podem conter uma mensagem enganosa, como atalhos para determinados sites, ou até mesmo anexos com ficheiros invasores da privacidade do utilizador.
Tópicos como esquemas de “dinheiro fácil”, curas para doenças ou disfunções físicas, produtos para perda de peso, ou compra/reserva de serviços que se vêm a revelar falsos ou inexistentes, são hoje uma realidade presente na publicidade alojada nos sites nacionais.
Sem querer ser mal interpretado, podemos arrolar algumas causas:
- A entrada, neste mercado, de jovens “criativos”, designers e técnicos de multimédia, cuja relação com a ética publicitária é quase nula;
- A falta de controlo, a par da vastidão deste meio (quem sabe exactamente o número exacto de sites que podem alojar publicidade?);
- Anunciantes pouco escrupulosos;
Compete-nos alertar para esta situação, de modo a que a publicidade on-line não seja considerada como uma actividade de “vão-de-escada”, marginal, utilizada por oportunistas, mas um novo media, que gera novas oportunidades de negócio.
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