A crise financeira que tem estado presente em todos os noticiários e debates, nas últimas semanas, pode trazer novas oportunidades para a área de Marketing.
É verdade que a crise vai provocar retracção na procura de muitos mercados e, em consequência, representar uma dificuldade acrescida para se atingir os objectivos propostos. Mas as empresas que pretenderem conquistar ou consolidar quotas de mercado – nem que seja apenas pela não diminuição de vendas – não têm outra solução que não a de desenvolverem políticas de marketing mais eficazes.
Com este enquadramento, será necessário aproveitar o novo paradigma resultante das novas tendências de marketing, onde emerge um consumidor cada vez mais activo e em busca incessante de informação, numa tendência clara de infolust – a luxúria da informação, nomeadamente no ciberespaço – e capaz de, ele próprio, gerar conteúdos e de liderar o marketing das marcas, um conceito que, recentemente, se tem designado de Consumer Generated Marketing.
Ora este consumidor cibernauta aproveita o desenvolvimento tecnológico e, nomeadamente as funcionalidades da Web 2.0 , para se relacionar com outros consumidores em variadíssimas redes relacionais e criar ou destruir a reputação das marcas, que já não têm o monopólio da comunicação sobre si próprias. O poder deste consumidor reside, em grande parte, na sua teia de relacionamentos e na facilidade com que tem acesso à informação.
O advento da internet móvel – que é expectável que cresça significativamente nos próximos tempos – veio também potenciar novas formas de estudo dos consumidores, da comunicação das marcas e da actividade de venda de produtos e serviços. No laboratório de marketing (Future CastLab) no ISCTE, temos vindo a analisar prospectivamente estas tendências de marketing, na perspectiva do impacto que podem trazer para o negócio das empresas. A este nível, estamos plenamente convictos que as mudanças que se anunciam num futuro próximo, sobre a forma de gerir o Marketing nas empresas, terá que ser marcante, independentemente da actividade em causa.
A crise, que tem origem nas finanças e não no Marketing, será o motor que nos levará a recentrar os negócios na sua origem real – a oferta de valor sustentável ao consumidor. Afinal, a essência do Marketing!
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