Ao mesmo tempo que o ‘buzz’ da expressão Web 2.0 começa a abrandar, o termo “Cloud Computing” ameaça tornar-se na ‘palavra do momento’ para os evangelistas tecnológicos – simultaneamente profeta de novas oportunidades e difusa no significado.
O termo aparece em finais do ano passado e descreve, em termos latos, a computação através de plataformas tecnológicas onde toda a informação é processada num local remoto, e não no disco rígido. Sem necessidades do utilizador se preocupar com a gestão ou manutenção da infra-estrutura tecnológica associada.
Em termos simplificados, os Google Docs são um excelente exemplo do ‘Cloud Computing’. Podemos escrever e gravar documentos de texto (compatíveis com o MS-Word) sem ter de instalar qualquer programa no nosso computador. Não há preocupações com actualizações de software ou com o espaço que temos em disco. Todo o armazenamento e trabalho são feitos em rede. Ou na “nuvem”. Estamos perante uma potencial redefinição de parte do mercado das TI, mas também no aparecimento de novas oportunidades para empresas e marcas, já que muitos destes serviços operam em moldes gratuitos para o utilizador.
É verdade que o Cloud Computing partilha pontos em comum com a Web 2.0, já que também podemos aplicar esta lógica a plataformas como o Facebook ou o Blogger. Se combinarmos estas valências tecnológicas com o crescimento da computação móvel e de outras tendências, cada vez percebemos melhor a iminência de um mundo digital (e mercado) que cresce bem para longe dos browsers da Internet.
As aplicações que têm estado a ser disponibilizadas para o iPhone (através do enorme sucesso que é a AppStore da Apple) ou para o Android (a plataforma para dispositivos móveis liderada para o Google), ilustram bem este potencial.
Carregar apenas num botão para chamar um táxi directamente para o local em que nos encontramos, ou utilizar a câmara do telemóvel como leitor de código de barras para, numa loja, comparar preços num raio de 50 quilómetros, são realidades possíveis. Armazenar dados na “nuvem” e partilhá-los instantaneamente com milhões de utilizadores em todo o mundo, traz incríveis possibilidades ao conceito “prestação de serviços”.
Assim, a “web” passará a ser apenas uma das vertentes onde exploraremos os benefícios de uma série de serviços digitais. Esses serviços, alojados na ‘cloud’, serão acedidos através dos telemóveis, da televisão digital e de ambientes interactivos, sejam lojas ou espaços públicos, de forma universal e instantânea.
‘Cloud Computing’, Web 2.0, Computação Ubíqua, e haverá outros termos, não são mais que várias dimensões de uma série de tendências onde a computação deixará de ser associada a um ‘mundo digital’, para passar a estar imbuída naquilo que hoje teimamos em distinguir como ‘real’.
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