Rios de tinta já correram sobre o marketing de Madonna, não sou nem nunca fui fã da cantora mas como marketeer e apesar de não gostar de grandes enchentes  a curiosidade de ver o produto ao vivo, levou-me ao parque da Bela Vista, e fiquei surpreendida.

 

Um produto de marketing que como  uma vez li num artigo não vive só de aplicar os 7 S´s: secrecy, scandal, storytelling, subversion, scarcity, sex and sublimity. Se avaliarmos bem a longa carreira da Madonna não se trata só de chocar e ir contra as regras estabelecidas como estratégia de marca, mas sim uma genialidade na capacidade de reinvenção estrategicamente planeada, baseada na simplicidade para ir contra os inevitáveis fim de ciclo com  que nos deparamos permanentemente em quase todos os produtos. Esta capacidade de perceber o pre-inicio do declínio e saber exactamente onde mexer, o que abandonar, o que manter e o que adicionar para acrescentar e continuar a somar na carreira de sucesso.

 

Até a ver ao vivo, e só olhando para os factos do ponto de vista marca “Madonna” podia encontrar variáveis que me ajudassem a escrever mais 300 paginas de estratégia de marketing, mas o que realmente me surpreendeu, e que não sai da cabeça do estratega ou do brilhante assessor de imagem  é aquela energia contagiante não habitual aos 50 anos, duas horas de palco aos pulos sem parar como um camaleão com vida própria!  é uma força da natureza!

 

Não é por acaso que vi mulheres de 40 anos e 40  kilos a mais a dançar e a cantar com o mesmo entusiasmo de teenagers de 18. Ela soube perceber quem é o publico alvo, “as mulheres” novas ou velhas!, e adequar o seu produto “o estilo” aos tempos actuais.  

 

Apesar de todas as excelentes estratégias por trás do produto e dos fantásticos preparadores físicos, as características intrínsecas do produto são realmente únicas e diferenciadoras e mesmo para quem não aprecia a marca que é meu caso valeu a ida ao concerto para mais tarde recordar.