23 de julho de 2008

Opiniões que Marcam

Devo confessar que sou uma fã dos festivais de música! Para além das bandas, que gosto de ver e ouvir neste tipo de recintos mais “open air”, gosto do ambiente que se vive nos festivais de verão. Agrada-me particularmente toda a dinâmica que as marcas criam para entreter e fidelizar os diferentes públicos. Quem lá vai, não vai só ver o seu cantor preferido. Vai também para se divertir nas inúmeras hipóteses que são criadas pelas marcas.


 


Quem está de fora a observar – como gosto de fazer nestas situações -  percebe que muitas vezes o público que pede um lenço, uma voltinha de borla numa roda gigante ou uma cabeleira mais extravagante, nem sequer é o alvo da marca. Ambos o sabem. Não o é hoje mas amanhã já pode ser… Por isso a ideia é “vamos a todas”! As marcas oferecem o que têm a quem o pede, o público pede tudo a quem tem para dar. E depois é vê-los de bóias azuis, mini-sofás insufláveis vermelhos, lenços amarelos, chapéus verdes, mochilas laranjas… os adultos parecem umas crianças e as crianças parecem uns adultos! Mas não será isso tão divertido como ver os grandes nomes a actuar no palco? E não será esse o objectivo das marcas que pagam milhões para estar ou dar o seu nome aos festivais?


 


Este ano, infelizmente, perdi grande parte deles por motivos pessoais mas o Imagens de Marca está atento ao mercado e esta semana o que faz é procurar saber se há mercado para tanta música. Questionámo-nos. Inevitavelmente. Como talvez você, caro leitor, também já o tenha feito.


 


Dizem que o país está em crise. Nós perguntamos: estará? Se sim, como é que existem tantos festivais? Melhor, como se esgotam bilhetes nos festivais e nos concertos que se organizam no país? Serão as marcas que os seguram com as suas verbas de patrocínio e as receitas de bilheteira passaram a ser um mero complemento? Serão hoje os festivais de música com nome de marcas uma estratégia de relações públicas mais do que uma acção para aumentar receitas?… Fica sempre bem. Convidam-se os melhores clientes e os que se querem conquistar, os consumidores mais especiais e os stakeholders a quem convém sempre agradar, e faz-se uma festa que seguramente dá retorno em termos de media. Pouco têm as marcas a perder.


 


A questão é: haverá mercado para tanta música em Portugal? Haverá mercado para mais Rock in Rio´s, Super Bock Super Rock´s (Porto/Lisboa), Delta Tejo´s, Optimus Alive´s, Sudoeste´s TMN…? Algumas destas perguntas terão resposta na próxima emissão (Sábado/12.30H-SIC Notícias).


 


Uma certeza já existe: a luta dos próximos anos vai ser renhida porque nenhuma marca quer deixar de dar música aos portugueses… Eu vou mais longe: os portugueses terão pena se tiverem de deixar de viver tantas experiências divertidas que as marcas lhes proporcionam enquanto se ouvem uns sons… por sinal, por vezes, bem menos interessantes, mas que no fundo ainda dizemos que foi por eles que fomos lá!

Avalie este artigo 1 estrela2 estrelas3 estrelas4 estrelas5 estrelasPor Cristina Amaro, apresentadora/coordenadora do Imagens de Marca

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