Nos muitos quilómetros que faço diariamente, quando me desloco para o meu local de trabalho, costumo à semelhança de outros tantos automobilistas ter a companhia de uma estação de rádio, não só pela actualidade dos conteúdos informativos mas sobretudo pela música que se vai fazendo ouvir e que permite que a distancia se atenue fazendo dessas viagens momentos mais agradáveis. Recordo-me que num destes dias ouvia um locutor identificar uma das canções que se seguia como sendo a música de um anúncio qualquer, não interessa para o caso qual a musica nem qual o anúncio porque o que efectivamente mereceu a minha atenção foi a importância que a componente sonora empresta à publicidade, seja com a utilização de melodias de domínio publico, mais populares, seja de registos sonoros compostos para acompanhar slogans ou compor mensagens publicitárias que acabam por, à força de tantas vezes serem repetidas e ouvidas, ficar memorizadas passando mesmo a ser “matraqueadas” nas conversas mais banais entre amigos.
Não é pois de estranhar que muitos de nós saibamos ainda canções de anúncios muito antigos e que por graça e inteligência, acrescento eu, os publicitários muitas vezes recuperam, modernizando a imagem e o discurso mas mantendo na essência o som.
A música em meu entender só tem a ganhar nesta relação em que tudo joga a favor de um produto ou de uma marca, já que a história que se conta acaba por um lado por ser a história da música e esta acaba por reforçar a história relatada. E se tudo isto não fosse suficiente para explicar a emotividade e expressividade dos sons em publicidade ficaria a certeza de que uma imagem vale mais que mil palavras mas associada a uma sonoridade talvez valha um pouco mais…E por isso não me canso de observar muitas campanhas publicitárias que têm para além de tudo o resto, o bom gosto de nos continuar a dar simplesmente música…
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