30 de novembro de -0001

Opiniões que Marcam

The Tipping Point, um livro de Malcom Gladwell de 2000, é uma das melhores obras de marketing dos últimos anos, exactamente por não ser um livro sobre marketing. (Também não é um livro de auto-ajuda, como o título da tradução portuguesa de 2007 – “A Chave do Sucesso” – parece indicar).


 



O livro explora as dinâmicas de alastramento de ideias e tendências na nossa sociedade, comparando-as às epidemias virais, apoiado numa variedade de exemplos de sociologia, psicologia social, ou casos de sucesso de marcas e produtos.


 


Gladwell identifica três factores que são determinantes para uma ideia atingir o momento em que se torna imparável e depois se universaliza – o Tipping Point. Estes são: a Lei dos Poucos (pessoas), Aderência (conteúdo) e Contexto. Oito anos depois da publicação original do livro, é possível adaptar estes conceitos ao marketing na Internet e perceber como tirar o melhor partido da Web 2.0.


 


Pessoas. A Lei dos Poucos explica que há três tipos de pessoas essenciais para espalhar ideias: Comunicadores (grandes networkers), Peritos (especialistas em nichos de informação) e Vendedores (pessoas com carisma inato para levar os outros a agir). Na Internet encontramos “super utilizadores” que muitas vezes reúnem estes três tipos. Bloguistas prolíficos ou contribuidores assíduos numa variedade de sites sociais, são pessoas com elevado nível de credibilidade, que conseguem reunir à sua volta largas redes de pessoas, que os ouvem e os assumem como especialistas de referência. Conseguir que um destes “super utilizadores” sirva de evangelizador à nossa marca, produto ou serviço, pode ter um retorno brutal.


 


Conteúdos. Criar Aderência numa mensagem para que seja notável. Um vídeo de sucesso para o YouTube não tem de seguir as mesmas regras do formato televisivo. Um texto cativante de um blogue não tem, nem deve, seguir o Livro de Estilo de um jornal. É necessário estudar tendências, técnicas, perceber a psicologia das audiências da rede e como chegar até elas.


 


Contexto. Há uma apetência por novas forma de comunicar e existe uma geração que se identifica na atomização. É importante perceber o contexto em que as novas ferramentas são usadas. O Facebook não é a nova blogosfera, o Twitter não é o novo e-mail. São aplicações diferentes, com fins diferentes. A melhor forma de as compreender é começar por observar e, depois, utilizar.


 


O livro explica que basta apenas um destes factores para conseguir que uma ideia atinja massa crítica. No entanto, no contexto do excesso de informação que é a Internet de hoje, é crucial saber identificar, e manipular, todos estes agentes, se queremos criar uma mensagem verdadeiramente memorável na Web 2.0.

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