Menos é Mais Junho de 2005: criado para conquistar mercados emergentes, o modelo “low-cost” da Renault, o Dacia Logan, é lançado em França. Apesar do design antiquado e do equipamento espartano – nem ar condicionado tem – este automóvel simples, vendido a 7500 €, torna-se um verdadeiro sucesso comercial de tal forma que se criam listas de espera de três meses para o receber nos bairros chiques de Paris. Verão de 2004: enquanto a maioria dos fabricantes de telemóveis entra na desenfreada corrida à inovação, a Motorola lança o RAZR, ultra-fino porque muito simples tecnicamente. O modelo acaba por ser determinante para o sucesso comercial da Marca, vendendo em 3 meses o equivalente às previsões de vendas de todo o seu ciclo de vida. Estamos perante dois exemplos de uma Mini-tendência da Sociedade actual: a necessidade de Simplicidade. Este “apelo das origens”, manifesta-se em comportamentos tão variados como a reconquista dos grandes espaços desertos por oposição às cidades superlotadas (ou, dentro destas, dos bairros antigos), o ressurgimento do comércio de proximidade e dos produtos “da terra”, ou filmar a família com um super 8 Kodachrome. Até assistimos ao elogio da sujidade : sê feliz, suja-te! Os Marketeers mais atentos reagiram depressa a esta tendência de fundo do Consumo; muitas Marcas colocaram a simplicidade no centro dos seus valores. Quando a Louis Vuitton utiliza Mikhail Gorbachov em vez de Jennifer Lopez para promover a sua colecção de malas, está a corresponder ao “low profile” que o seu cliente pretende demonstrar: até no luxo pode haver simplicidade. As mensagens simples realçam o “insight” e valorizam o produto. E, por razões óbvias, também valorizam o consumidor. A Apple com o iPhone e a campanha “Hello” ou a Volkswagen com o Golf TSI e a campanha “Frog” (ambas em www.youtube.com) fizeram-no. E haverá coisa mais inteligente do que a simplicidade?
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