Paulo Borges, Wuant, é um dos mais influentes youtubers portugueses. Tem, à data de hoje, mais de 1.3 milhões de subscritores. Sozinho, tem mais audiência do que jornais como o Diário Notícias ou o Público, do que a maioria dos programas de televisão e rádio emitidos em sinal aberto ou do que qualquer emissão televisiva no cabo. Num mês, pode auferir um rendimento que segundo as estimativas da SocialBlade pode ir dos 8 aos 128 mil dólares.
Surpreendido, caro leitor?
Também fiquei, quando, um destes dias, fui literalmente esmagado no CoimbraShopping, quando as minhas compras de sexta-feira coincidiram com a apresentação do primeiro livro de Wuant. O evento encheu de tal forma o espaço ao ponto de não se conseguir passar no corredor principal. O livro chegou às livrarias no dia 19 de janeiro e já está na segunda edição.
É invejável a liberdade criativa e intelectual de um youtuber. O seu único compromisso editorial é com os seus subscritores. O Youtube paga-lhe em função das suas audiências e capacidade de engagement; em troca, mostra publicidade a quem vê os seus vídeos. O youtuber não precisa diretamente das marcas para ganhar dinheiro, e esta independência é, provavelmente, um dos fatores do seu sucesso.
Numa altura em que a blogosfera se movimenta em função de interesses comerciais instalados e que os próprios jornalistas se vão convertendo a um modelo sustentado na criação editorial paga e vulnerável às marcas, o youtuber é um influenciador livre que só depende de si, o que lhe confere autenticidade perante o seu público.
É muito curioso que o modelo de negócio em falência nos media tradicionais, os conteúdos pagos pela publicidade em função das audiências, estejam a vingar no novo mundo do Youtube.
Em dezembro a Forbes revelou a lista dos 10 youtubers mais bem pagos do mundo durante o ano de 2017. Uma lista que faturou mais de 70 milhões de dólares num ano.
A sua capacidade de influência junto das gerações mais novas faz com que sejam considerados os novos opinion makers.
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