Mais de 95% dos produtos existentes no mercado que se auto-proclamam como produtos verdes, violam pelo menos uma dos denominados “pecados do GreenWashing”, é esta uma das conclusões de um estudo elaborado pela Terra Choice. Apenas 4.5% dos produtos avaliados foram considerados verdadeiramente ecológicos.
Greenwashing é o termo utilizado para descrever a prática levada a cabo por empresas e organizações para enganar os consumidores com produtos ditos verdes, e aproveitarem-se daquele que deveria ser um compromisso genuíno com o ambiente para fins meramente lucrativos.
Segundo o estudo, os seis pecados do Greenwashing são:
Pecado dos atributos “omitidos” – O principal pecado consiste em destacar apenas um benefício ambiental e “esquecer” os restantes. Por exemplo: proclamar que um produto é reciclável, mas por outro esse próprio produto não ser energeticamente eficiente;
Pecado da falta de provas: Marcas que anunciam produtos enaltecendo benefícios ambientais sem comprovação científica e sem certificação credenciada. Nesta categoria encontramos os champôs que não são testados em animais, com maior eficiência energética, etc – todos sem comprovação dos argumentos que promovem junto do consumidor;
Pecado da promessa vaga: Entre as promessas vagas estão produtos “não-tóxicos”; produtos “livres de químicos”; “100% natural” (urânio, arsénio e outros venenos também são “naturais”). Utilização e banalização dos termos “verde” e “amigo do ambiente”;
Pecado da irrelevância: Caracteriza-se por destacar um benefício que pode ser verdadeiro, mas não é relevante. A mais irrelevante das promessas foi a dos CFCs, quando estes já foram banidos nos anos 70. É o caso de insecticidas, lubrificantes, espumas de barba, desinfectantes. A promessa é irrelevante pois se não fossem livres de CFCs, estes produtos não teriam licença para ser comercializados;
Pecado da mentira: São os casos de fraude, como o caso de exibirem uma certificação ambiental internacional que não existe;
Pecado das “duas faces”: São benefícios verdadeiros, mas aplicados em produtos cuja categoria tem a sua existência questionada, como é o caso de cigarros orgânicos, insecticidas ou herbicidas orgânicos;
Pecado do culto a falsos rótulos: Este é cometido por um produto que, por meio de palavras ou imagens, dá a impressão de endosso terceiro quando não existe realmente essa aprovação, ou seja rótulos falsificados ou apropriação inadequada dos mesmos.
Em síntese, para que o marketing verde se torne efectivo é necessário ser‑se genuíno, isto é, conformidade entre aquilo que é publicitado e as reais promessas do produto; educar o consumidor, demonstrando que os produtos verdes comercializados reflectem a própria cultura da empresa que implica a existência de uma política e prática ambiental credível; E, por fim, permitir ao consumidor a possibilidade de participar no processo, envolvendo‑o nas próprias acções da marca.
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