No dia em que o Presidente da República comemorou um ano de mandato, quisemos contabilizar o número de notícias que o referiram no último ano. Todos estávamos convictos que o seu mediatismo teria sido incomparável com qualquer um dos seus antecessores, mas também curiosos com uma pergunta que fazíamos a nós próprios – será que houve um único dia em que o Presidente não esteve nas notícias? Partimos para o trabalho com este desafio – e efetivamente nestes 365 dias não houve um único dia em que o Presidente não tenha estado em alguma notícia. Na televisão, foram apenas sete os dias em que Marcelo não teve antena.
Os media gostam do Presidente, o Presidente gosta dos media, que entende e usa como ninguém.
Através dos media, o Presidente da República passou a fazer parte da vida de cada português. Marcelo está presente, e por estar presente, arrasta os media. Estar todos os dias nos media acaba por ser natural – não parece ser um objetivo planeado, mas sim uma consequência da cruzada a que impôs a si próprio de estar próximo dos portugueses.
Presente, próximo, íntimo, Marcelo desenvolve com os portugueses uma relação consequente de cumplicidade funcional e emocional.
O seu antecessor disse recentemente, numa entrevista ao Observador que o distanciamento dos media é fundamental para a dignidade da função, ideia peregrina que impôs durante os seus dois mandatos e que o afastou definitivamente dos portugueses – terminou o mandato esgotado e só.
Os políticos têm que ter canais de comunicação e interação com as pessoas - são as pessoas que fazem os políticos ser grandes.
Marcelo abriu a porta do Palácio de Belém a todos e impôs à Presidência da República um estilo alegre e descontraído, que não é mais do que uma extensão do seu próprio estilo pessoal, que fez questão em preservar e que parece ter sido feito para esta função.
Depois de Marcelo vai ser impossível voltar ao silêncio – o Presidente estará para sempre presente e próximo do povo, seja através da comunicação social, seja através dos seus próprios canais sociais, ou seja, através de outra qualquer forma de interação. Hoje parece-me impensável que seja de outra forma.
Uriel Oliveira, diretor de operações e negócio da Cision
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