Marketing baralhado

16 de outubro de 2014

Marketing baralhado

José Manuel Costa, presidente da GCI

Há quem lhe chame integração, eu acho que é uma espécie de marketing baralhado que perdeu finalmente o medo de inovar, desenvolver parcerias até há pouco impossíveis e desbravar novos caminhos.

Um dos exemplos deste marketing baralhado é o anúncio de que a Leo Burnett vai partilhar o trabalho dos clientes com o Huffington Post, provavelmente o mais importante, mais lido e mais reconhecido agregador de conteúdos do mundo.

O acordo prevê que o HuffPost Partner Studio, braço do grupo de media que cria os artigos, vídeos e gráficos para os patrocinadores, possa trabalhar com a Leo Burnett para desenvolver estratégias e respectiva produção dos conteúdos para a agência de publicidade. O trabalho será distribuído pelo Huffington Post e rede AOL.

Segundo a Advertising Age, um ou dois colaboradores da HuffPost Partner Studio trabalharão vários dias da semana nos escritórios da Leo Burnett, em Chicago – para perceber as necessidades de comunicação dos clientes da Leo, suponho, mas o artigo não aborda esta questão.

Os clientes da Leo Burnett que participem no acordo terão também acesso a dados de todas as plataformas do Huffington Post. “O objectivo é ver um aumento mensurável do engagement e participação dos clientes”, explicou Ariana Huffington, que costuma estar sempre um passo à frente do resto do mercado.

É estranho? Sim. É inovador? Penso que sim, ainda que parte do modelo de negócio da Monocle já siga nessa direcção. É entusiasmante? Sempre. Tudo o que é novo e parece assustar, tudo o que rompe com as fronteiras tradicionais de integração é bem-vindo.

Sou um eterno insatisfeito e procuro sempre chegar ao Santo Graal antes dos outros. Por isso vou acompanhar de perto esta parceria – este acordo comercial – e perceber como o marketing baralhado renasce e se revolve para construir melhores resultados e novas opções para os clientes.

Segundo o eMarketer, os anunciantes norte-americanos terão gasto 1,5 mil milhões em conteúdos patrocinados nos primeiros nove meses de 2014. E os portugueses, quanto investiram?

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