A partir de Lisboa, Portugal foi a primeira marca-Nação verdadeiramente global. De Belém, fomos capazes de ver para além da linha do horizonte e descobrimos 2/3 do planeta. De pequenos, fomos os primeiros grandes astronautas. Viajando pela orientação dos astros elevámos a marca de Portugal a um estatuto planetário.
Nesse tempo o mundo convergiu para Lisboa e o contexto internacional que o provocou tem algumas semelhanças com a actualidade: o imperialismo Turco gerou uma crise religiosa e comercial na Europa; a falência dos banqueiros italianos gerou novos fluxos financeiros; e num misto de necessidade e curiosidade pré-científica, com o espírito de cruzada e o dinheiro da ordem de Cristo, afirmámos a marca de Portugal no mundo.
Inventámos os descobrimentos porque nos faltava terra, mão-de-obra e aventura; e em nome da fé procurámos riqueza, trocámos sal por ouro e com pimenta na alma, criámos as bases do capitalismo moderno.
A matriz foi a diversidade, o método e a ambição. A energia foi a necessidade, que se traduziu, entre outras coisas, na construção dos melhores veleiros atlânticos que dominaram o vento e adiantaram-se a todas as outras nações europeias.
Saímos de Lisboa para descobrir o mundo e trouxemos o mundo a Lisboa, que se transformou no centro comercial da Europa. A Rua Nova dos Mercadores era a rua mais rica, mais global do Universo, a 5º avenida da fervilhante Lisboa do renascimento, onde se transaccionavam: pérolas, diamantes, cânfora, madre pérola, canela, etc.
Já algum tempo, sem conseguir explicar, sinto que nas ruas de Lisboa se vive uma energia semelhante àquela terá existido no tempo dos descobrimentos. Sinto que se fechar os olhos estou, numa cidade global.
Há 500 anos, convergiram em Lisboa todos os continentes e todos os conhecimentos da época, tal como parece estar a voltar a acontecer hoje. Nessa altura, contra todos os ventos, a favor de todas as marés, soubemos bolinar as dificuldades e acrescentámos novas dimensões à nossa identidade. Mesmo quando os navegadores eram estrangeiros os pilotos eram Portugueses e assim fizemos Lisboa ser o centro do mundo ocidental. 500 anos depois, em Lisboa, uma nova constelação se está a voltar a alinhar. As estrelas, as preciosidades e os mercadores são agora outros, mas o “blend” de energia multicultural é o mesmo que fez de Lisboa e de Portugal, Marcas verdadeiramente Globais.
Carlos Coelho, Presidente Ivity Brand Corp e Associação Portugal Genial
Comentários (0)