Donald Trump havia prometido e… cumpriu. Até ao momento deve ter sido, na verdade, uma das poucas promessas eleitorais que cumpriu (ou que conseguiu cumprir!). Em jeito de justificação da decisão tomada, o Presidente dos EUA terá dito: “Sou eleito para representar os cidadãos de Pittsburg, não de Paris”.
Diria que ainda bem que assim o é para os “parisienses” abrangidos pelo “Acordo de Paris, não tão bom para os cidadãos daquela cidade norte-americana. Certamente, viveríamos todos melhor se só estes fossem afetados pelas decisões do Presidente Donald Trump. Mas se Trump está a ser curto de vistas em relação ao tema das alterações climáticas, não podemos nós cair nesse erro.
A decisão tem impacto em todo o mundo – se o bater de asas de uma simples borboleta, no âmbito da teoria do caos, o tem, imagine-se os milhões de toneladas de gases com efeito de estufa emitidos diariamente pelos EUA, e agora sem um compromisso uno de procurar inverter esta tendência.
Verdade que já vários Estados norte-americanos vieram já frisar o seu compromisso no combate às alterações climáticas. É bom, sim, mas não vimos já isto acontecer e não assim há tanto tempo? George W. Bush, faz soar alguma campainha? Parece ter acontecido há imenso tempo, mas entretanto tivemos um Barack Obama que parecia vir anunciar um Novo Mundo e deixar o “Velho Oeste” e (até o Velho do Restelo) para trás.
À luz dos novos desenvolvimentos (que felizmente pesam mais do que os retrocessos!), volvido mais de um ano da ratificação do Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas, a ação climática em todos os Governos, empresas e sociedades deve continuar a crescer. O desafio agora, mais do que nunca, é elevar esse crescimento a uma escala ainda maior em 2017 e nas próximas décadas com uma velocidade e uma urgência que reflitam a realidade científica. Porque a ambição atual ainda está aquém do que é necessário. Em 2016, a Organização Mundial de Meteorologia da ONU anunciou que as temperaturas médias mundiais aumentaram 1 grau Celsius em 2015 e que as concentrações do principal gás com efeito de estufa, dióxido de carbono, ultrapassaram o marco significativo de 400 partes por milhão na atmosfera durante todo o ano.
Por outro lado, não podemos esquecer que alcançar os objetivos e as ambições do Acordo de Paris também dependerá da rapidez e urgência da concretização dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável adotados em 2015, os quais estão indissociavelmente interligados.
Posto isto,“Je suis Paris”.
José Manuel Costa, presidente da GCI
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