Rogério Canhoto, Professor Convidado dos Mestrados Executivos do ISCTE e da Universidade Católica

Para os mais atentos a estes temas das tecnologias, do digital e dos novos negócios, a semana passada foi particularmente interessante, muito por responsabilidade da WebSummit 2014.

Mas os outros, menos dados a estas “coisas”, também deviam prestar atenção ao que por lá se passou. Trata-se do maior evento europeu relacionado com a tecnologia digital, com mais de 22.000 participantes. É que há muito a acontecer num mercado cada vez mais global e digital, com impacto em todos os negócios, quer locais, quer internacionais.

Por essa razão, nesta conferência também marcaram presença marcas como a Nike, a Kraft Foods, ou a Unilever, realçando ainda o facto de que o patrocinador principal dava pelo nome de… Coca-Cola.

Na realidade, discutiram-se inúmeras vertentes deste ecossistema cada vez mais complexo em que vivemos, em que as nossas empresas vivem, num mix interessante entre CEOs de empresas de referência e fundadores de Start Ups que procuram o seu espaço de mercado… acima de tudo, discutiram-se novas oportunidades de negócio.

Entre estas Start Ups encontrámos uma empresa Portuguesa – a Codacy – que obteve o melhor destaque de todos, venceu o BETA Award, destinado a empresas que já estão a operar no mercado. Com esta vitória, para além do prémio monetário, conseguiu um enorme destaque em tudo o que são publicações de referência neste sector, promoveu o networking global, e conquistou o acesso a interlocutores de topo, aos quais podemos chamar de “aceleradores de negócio”.

Um feito único, conseguido por uma jovem empresa, gerida por uma nova geração de empresários portugueses, especialistas naquilo que fazem, conhecedores da realidade global que os envolve, e com competências pessoais que os colocam ao melhor nível mundial. Só temos de nos orgulhar da forma como estes novos empresários encaram os desafios, e se preparam para atingir os seus objectivos.

Curiosamente, há alguns anos atrás falava-se amplamente da Sociedade da Informação e do Conhecimento, na qual o principal asset para o sucesso das empresas seriam as suas capacidades no domínio das tecnologias da informação, factor que seria competitivamente mais relevante do que a origem do capital, ou do que a dimensão da organização.

Pois bem, os últimos anos têm sido reflexo disso mesmo. Várias empresas portuguesas tornaram-se referência neste sector, não pela sua dimensão ou capacidade financeira, mas pelo nível de especialização e de excelência que conseguiram obter nos negócios da “informação”.

Por seu turno, Lisboa tem vindo a posicionar-se globalmente como um “Start Up Center” a nível mundial, congregando as melhores condições para o desenvolvimento de novos negócios (socialmente, economicamente, tecnologicamente e, sim, gastronomicamente), algo que há uns anos atrás seria impensável, mas que neste momento é reconhecido a nível mundial.

Como o Jaime Jorge (CEO da Codacy) refere no seu Pitch realizado na WebSummit,  “…We Are Game Changers!” … cabe-nos fazer deste contexto uma oportunidade!

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