FREEMIUM – Armadilha ou novo modelo negócio?

17 de setembro de 2014

FREEMIUM – Armadilha ou novo modelo negócio?

Miguel Caeiro, fundador The Street Brasil

O acesso aparentemente gratuito a serviços, aplicativos, conteúdos e jogos é o novo paradigma do mundo digital.
Mas no final do dia, quem paga a fatura? E a conta fecha?

O termo Freemium terá nascido de um bloguer em 2006, mas só recentemente ganhou expressão e força enquanto modelo predominante de negócio.

Na sua essência, o modelo pressupõe que a oferta gratuita de conteúdo seja suportada financeiramente por publicidade. Mas na realidade nem todos optam por este modelo.

O primeiro objetivo é construir uma grande, na verdade gigante, base de clientes. Sobres esses clientes conquistados para o serviço gratuito, será então oferecida uma versão premium, com conteúdos exclusivos e mais sofisticados, por um determinado valor. Assim, cerca de 5% (ou menos) dos usuários pagarão a conta dos restantes 95%.

Exemplos claros deste modelo, e bem conhecidos de todos serão por exemplo o Skype, em que aproximadamente 10% de usuários pagantes suportam todo o modelo de negocio, gerando uma receita muito relevante. Também o LinkedIn, o Evernote, o Dropbox e mesmo alguns dos mais conhecidos jogos como o Angry Birds usam este modelo. Mais recentemente o Spotify com o mesmo modelo está a apresentar crescimentos gigantes em todos os países onde estão a entrar.

Alguns projetos utilizam um modelo misto, em que além de uma pequena fatia de pagantes se complementam as receitas com inserções de publicidade.

Na área dos media, ao redor do mundo, têm sido testados vários modelos de negócio, com acesso mais ou menos restrito a conteúdos, mais ou menos publicidade, mas eu diria que ainda não existe a famigerada fórmula de sucesso que todos os publishers desde o ano 2000 até agora procuram.

No mundo dos aplicativos são os gratuitos que lideram de forma massiva as preferências dos consumidores, mesmo quando as alternativas ficam a poucos dólares de decisão. A criação de grandes comunidades segmentadas por interesses e estilos de vida é o grande objetivo de todos. Essas comunidades quando atingem escala suficiente e reúnem características intrínsecas ao grupo podem valer muito dinheiro nesta nova economia, como prova a recente aquisição da Microsoft do jogo Minecraft. Pode-se resumir que o que a Microsoft comprou foi a comunidade de gamers.

O exemplo mais impressionante do mundo gratuito é o aplicativo de ensino de idiomas – DUOLINGO. Criado por um professor Universitário da Carnegie Mellon, nascido na Guatemala, criador do reCaptcha (vendido para a Google em 2009), disponibiliza hoje diversos cursos de idiomas completamente grátis para os utilizadores e não aceita publicidade. Aqui o financiamento faz-se pela venda B2B de traduções a um preço muito inferior e com qualidade homologada por milhões de utilizadores.

Aqui recomendo que vejam a TedTalk do Luis.

Mas nem todos gostam de receber presentes grátis. Veja-se a oferta da Apple no evento de lançamento do Iphone6 que disponibilizou de forma absolutamente gratuita o novo álbum dos U2 para mais de 500 milhões de utilizadores das suas plataformas iTunes, iPad, iPhone, iPod….. Fantástico? Genial? Brilhante? Nem todos assim pensaram. Choveram criticas nas redes sociais e surgiu mesmo os mais jovens a referir que nem sabem quem são esses tais de U2… !!! Resultado? A Apple decidiu criar um “botão” de desinstalação do álbum.

GRÁTIS não é para todos e nem sempre é sem custo…..

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