“Florida the Sunshine State”

13 de setembro de 2017

“Florida the Sunshine State”

Maria José Martins, Coordinator - Creator/Content Developer I'M in Motion

Porque depois da tempestade… a marca brilhará sempre!

Não há dúvida nenhuma que uma marca territorial se constrói com boas experiências. Para mim, Miami é sinónimo de sol, águas límpidas e quentes, praia e vidas luxuosas. Uma América do Norte que mistura o show off e toda a sofisticação que atribuímos aos EUA com o tropicalismo que apreciamos nas culturas afro e latinas.

Dizem, que é o Rio de Janeiro da América do Norte. É uma imagem de marca que lhe assenta bem. Há gente vibrante nas ruas, há lugares deslumbrantes, há as torres de uma cidade mais futurista e financeira, há os bairros trendy, há os grandes centros de compras, as avenidas com os nomes mais sonantes do design…enfim! Um destino, que celebridades como Cristiano Ronaldo elegem para as suas férias, que oferece ainda uma temperatura durante todo o ano acima dos 25 graus. Eu diria: maravilhoso!

Quando ouvimos falar de furacões nesta zona do globo, percebemos que há um risco, mas mesmo assim, quem experiencia o destino, arrisca sempre mais um regresso. Já visitei a Florida, o “Estado do Sol brilhante” por duas vezes, e esta, foi a minha terceira viagem de férias. Aconteceu o que sabia que podia acontecer, e não escondo, pensando que, também essa, poderia ser a experiência de uma vida. Contudo, a evitar. Desta vez, fui mesmo agarrada por essa outra faceta de Miami.

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De repente, a prazerosa vida de praia e diversão nas mais badaladas avenidas e atrações locais, foi substituída por uma fuga alucinante para abrigos designados pelo governo local, para enfrentarmos em segurança, aquele que seria um dos mais devastadores furacões dos últimos 25 anos…na realidade foram feitas tantas comparações com outras catástrofes naturais, que é difícil recordar tudo. Certo é, que o “apresentador” do espaço da meteorologia ganhou em audiências a todos os realities shows e séries de tv da moda. Um turbilhão de previsões assustadoras que foram minando uma visão mais otimista do destino e da sua capacidade de sobreviver intacto a tudo isto.

A perceção que até agora tinha desta marca ficou, ali, no limiar da desolação. O sentimento de insegurança instalou-se e os atributos emocionais vão-se desvanecendo perante a ameaça de uma vivência dramática. A ideia de que, se podem passar dias e até uma semana inteira num abrigo é assustadora! As cidades, dias antes da data prevista para o evento natural, começam a “morrer” aos poucos. Miami vai perdendo a exuberância das suas montras e vidraças altas e longas, que se escondem atrás de placas de zinco e madeira. Grande parte dos iates que nos fazem sentir numa espécie de sonho milionário vão desaparecendo dos lagos e marinas.

Os rostos que sorriem e nos servem com a maior amabilidade deixam de se ver… como se de um momento para o outro aquele reino encantado se tornasse um lugar vazio e abandonado. Os turistas resistem. Pensam, provavelmente como eu, que tudo parece um exagero! Mas não. Os floridians é que sabem. E para eles: não é possível ultrapassar esta situação em cima da hora. Adiantar voos torna-se caótico, e no meu caso e de outros turistas, o sensato, foi seguir, tal como a população local, as orientações do governo de Miami e do governador da Florida. Ao turista, resta agora, tentar fazer desta inevitável experiência o menos negativa possível. Como por exemplo: aproveitar para observar e conhecer as gentes da região, já que, a multiculturalidade do destino fica exposta e concentrada em algumas centenas de metros quadrados. Algo extraordinário, enquanto experiência humana. Em conversas no abrigo procurei perceber como viam as consequências deste cenário para a imagem do destino turístico. Quando dizia que era turista, todos os floridians se apressavam a pedir desculpa por este momento. Sabendo que é um fenómeno da natureza e que não está nas suas mãos o poder de alterar, têm consciência que pode ser um fator crítico para a perceção externa. Nesse momento, assumem-se como embaixadores da marca e não se cansam de lembrar os atributos mais valiosos que os fazem continuar a aceitar esta condição da natureza como parte da sua vida. Como se o destino lhes oferecesse tanto, que viver estes sobressaltos, é algo que deve ser aceite, respeitando a “vontade de Deus”.

Este amor por Miami é sem dúvida um dos maiores valores emocionais da marca. Depois da tempestade – dizem – o sol vai voltar a brilhar. Vão ser semanas e meses de muito trabalho para recuperar dos danos nas vias públicas, nas casas particulares e nas empresas. Uma catástrofe natural destas, envolve a vida de todos. As empresas precisam dos funcionários, e estes, também precisam de reconstruir o que é seu. É uma jornada de muita paciência para toda a população reerguer sistemas de energia elétrica que foram abaixo, condutas de água, comunicações, reabastecer postos de combustível… enfim, toda uma economia, e sobretudo a que está assente em pequenos negócios, e esta é uma parte muito significativa, que em pouco mais de 72 horas é totalmente travada.

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Uma cadeia de valor que para se restabelecer vai levar dias e meses até voltar a acelerar. Os supermercados abrem com lineares por encher, não há condições de circulação nas estradas por queda de árvores e objetos, e estes, são entraves que não estamos habituados a ver nas economias maduras e que provocam a escassez de produtos e serviços inoperantes. Vão ser precisos, segundo alguns dados divulgados pelo “The Guardian” cerca de 300 mil milhões de dólares para fazer face aos prejuízos do furacão Irma na Florida.

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O turismo, é nestes momentos, uma fonte que não se pode deixar secar. Recorde-se que, há bem pouco tempo, a Florida, anunciou que de janeiro a agosto atingiu um número recorde de 60 milhões de turistas. A capacidade de minorar o desconforto dos visitantes numa altura destas é crucial para a marca. A organização eficiente e eficaz para colocar todos em segurança, a simpatia e o acolhimento nos abrigos, a disponibilização, deixou-me, na minha experiência, um profundo sentimento de solidariedade e humanamente mais rica. Miami, como a Florida, não quer e não pode perder a sua magia. Há que olhar para o próximo dia e não lamentar estragos, mas colocar mãos à obra. E é isso que estão já a fazer os cerca de 1.4 milhões de floridians que estão empregados na indústria do turismo. É que, depois da tempestade, o sol tem mesmo de voltar a brilhar.

Maria José Martins, Coordinator – Creator/Content Developer I’M in Motion

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Por Maria José Martins

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