Facebook: Cada vez menos “earned” e mais “paid” media

7 de abril de 2014

Facebook: Cada vez menos “earned” e mais “paid” media

Carolina Afonso, especialista em marketing

Segundo dados oficiais do Facebook, em Portugal existem 5.12 milhões de utilizadores activos. Por dia são despendidos em média 48 minutos por utilizador na rede e cerca de 69% visita a plataforma diariamente.

Relativamente ao perfil, cerca de 51% são homens, 49% são mulheres e 70% têm entre 18 e 44 anos.

Estes números aliados às potencialidades da plataforma (segmentação, alcance, cobertura, etc) fazem do Facebook um meio muito apetecível para as marcas.

Contudo, desde há uns meses para cá que as visualizações orgânicas estão a diminuir e a necessidade de investir em posts patrocinados é cada vez maior. Até há algum tempo, e conforme podemos verificar no estudo da Altimeter, esta (e outras) rede social era considerada como um “earned media”, ou seja, um meio conquistado de baixo investimento.

Altimeter_FB_carolinaafonso

Contudo, devido à reorientação da estratégia do Facebook, pressionado para apresentar resultados na “monetarização” da plataforma pelos seus stakeholders e das consequentes alterações no algoritmo, cada vez mais caminhamos no sentido do mesmo se estar a tornar um “paid media”, ou seja um meio pago.

Ao analisarmos esta situação verificamos que não é uma grande novidade e seria mesmo expectável que assim fosse. Diversos fatores fazem com que tirar partido do Facebook exija cada vez um maior investimento, quer em domínio da tecnologia, como de recursos humanos alocados quer financeiros. O caminho a percorrer é cada vez mais “sem regresso”, ou seja, quanto maior for a procura, maior o valor a investir.

Existe também o factor concorrência que também contribui para o decréscimo do alcance das publicações. Se em 2008 poucas ainda eram as marcas presentes no Facebook, hoje o panorama é bem diferente. São muitos mais os utilizadores, as marcas investem cada vez mais recursos, o que faz com que as publicações percam a relevância que tinham outrora.

Contudo, não só as marcas a reclamar sobre as alterações no Facebook. Também os utilizadores se têm vindo a queixar sobre o impacto que estas estão a ter no conteúdo que recebem no seu “news feed”, como se pode verificar neste post abaixo que se tornou viral nos últimos dias.

FB_posts_carolinaafonso

A máxima do “content is king” e a necessidade de apostarmos mais em conteúdos de qualidade ao invés da quantidade é cada vez mais um desafio. Contudo, sabemos que não é bem assim e que tal não é linear. A concorrência é algo a considerar fazendo com que os custos disparem bem como a necessidade de investir em posts pagos será cada vez incontornável.

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