Há um ano convidei Pedro J. Ramirez, António Granado e José Manuel Fernandes para debaterem O Poder dos Media na Universidade Nova de Lisboa, durante as comemorações do 20º aniversário da GCI.
O encontro serviu para partilhar opiniões e opções sobre como pode o jornalismo de qualidade captar leitores digitais que paguem – directa ou indirectamente, através dos patrocinadores e anunciantes – para terem conteúdos relevantes e que façam uma verdadeira diferença na forma como eles olham para a sociedade e ajudam a fazê-la crescer.
Nesse dia chegou-se unanimemente à conclusão de que existem três ingredientes indispensáveis a um excelente projecto jornalístico: investigação, opinião plural e jornalismo explicativo.
É com base nesta premissa que, julgo, o Observador está a recolocar na agenda o debate sobre uma nova constituição. Ontem, muitos colocaram em causa o timing e o objectivo da proposta, mas a verdade é que são trabalhos jornalísticos como estes – a que o Observador já nos vem habituando – que ajudam o jornalismo a encontrar novos caminhos para a sua nobre missão de informar.
“Há alguns meses que o Observador está a preparar um projecto de discussão pública que, acreditamos, é uma das primeiras missões do jornalismo: pôr a sociedade a discutir o presente e o seu futuro”, dizia ontem David Dinis, o director do Observador.
Goste-se ou não da linha editorial do Observador, há que lhe dar valor. Pela audácia, relevância e inovação ao nível do design digital. Em Abril do ano passado, José Manuel Fernandes, publisher do Observador, disse na Nova que “os meios têm de olhar para ver o que estão a fazer as pessoas e onde é que elas andam. Têm que estar atentos porque as coisas acontecem por caminhos que não sabemos”. É esta a base que o Observador está a construir. Relevante, ele já é, mas conseguirá ser rentável?
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