Pode um País ser comparado a uma empresa, em principio não; contudo esta comparação já foi mais despropositada do que é hoje. É aliás bastante pertinente nos dias hoje.
Faz sentido a comparação, porquanto atualmente, uma empresa não visa apenas a lucro mas sim a satisfação dos seus stakeholders que é o mesmo que dizer a satisfação de todos os indivíduos e entidades que com ela interagem.
Essa é também a função de Estado, isto é, terá de se preocupar com a satisfação de todos que consigo interagem; quer sejam contribuintes, cidadãos, empresas, organizações internacionais, outros países, organizações da sociedade civil, entre outras. A gestão destas satisfações deve ser situacional, ou seja, em cada momento e para cada assunto deve ser ponderada a importância e influência de cada stakeholder e função disso gerir relações e tomar decisões.
Por outro lado o papel da economia numa sociedade, ganhou uma relevância, quer se queira quer não queira, que não tinha no passado. No atual contexto mundial olhar a economia e garantir que o seu desempenho é saudável e articulado com os restantes intervenientes no cenário global, é um dos papéis basilares do Estado, pois é do desempeno da economia que derivam os recursos que depois podem ser redistribuídos por forma a encontrar uma sociedade mais justa e equitativa.
Pelo exposto, penso ter demonstrado a pertinência da comparação de Portugal com uma Empresa. Esta ideia surgiu e foi discutida na apresentação do livro anual de 2016 sobre a competitividade anual. O documento compara a competitividade de 61 países e é efetuado pelas escolas de negócios IMD (Suíça) e Porto Business School (Portugal).
Este relevante estudo, cuja informação pode ser consultada nos links das escolas, coloca Portugal em 39ª lugar entre 61 economias.
O resultado é obtido pela análise de 20 subfatores que são estatisticamente tratados por forma a originarem apenas 4 fatores com os seguintes resultados para Portugal: performance económica (48º), eficiência governamental (48º), eficiência nos negócios (46º) e infraestruturas (28º).
Esta classificação mostra que muito há a fazer para termos uma economia competitiva e por consequência capaz de gerar uma sociedade melhor. Os resultados não são nada que não conhecêssemos, mas têm a virtude de demonstrar cientificamente que muito existe para fazer, por exemplo, ao nível dos subfatores finanças publicas, finanças privadas e emprego.
No mesmo registo comparativo de Portugal com realidades dos negócios, também Portugal é uma marca e, para que seja forte e atrativa para o investimento, o turismo e mesmo para os seus cidadãos, a sua atuação na relação com os stakeholders tem de demonstrar consistência coerência e autenticidade. Este é o desafio que tem os marketers da marca Portugal. Quem serão?
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