Segundo um relatório recente da Champions 12.3, “The Business Case for Reducing Food Lost and Waste”, sobre o impacto nos negócios resultante da aposta na redução do desperdício alimentar e da produção de resíduos, metade das 700 empresas inquiridas tiveram um retorno de pelo menos 14 dólares americanos por cada dólar investido em no combate ao desperdício alimentar e na redução de resíduos.
O mesmo estudo concluiu ainda que o desperdício de alimentos a nível global causa perdas económicas de 940 bilhões de dólares – um valor superior ao PIB de todos os países, descontando os 16 maiores do mundo.
Se estes números impressionam, mais impacto tem de causar o facto de um terço de todos os alimentos produzidos nunca chegar a ser consumido, quando 1 em cada 9 pessoas, em todo o mundo, não têm o suficiente para comer. Mais, se este desperdício representasse um país, todos estes alimentos desperdiçados seriam responsáveis pelo terceiro maior volume de emissões de gases com efeito estufa (GEE) do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos.
Reduzir o desperdício alimentar significa reduzir o uso de toda uma série de recursos e poluentes, para além das emissões de GEE decorrentes da decomposição dos alimentos nos aterros sanitários: consumo de água pelo setor agrícola; áreas de cultivo; uso de fertilizantes e pesticidas, entre outros aspetos.
Em Portugal, desperdiça-se qualquer coisa como um milhão de toneladas de alimentos por ano, sendo que 332 mil quilos têm origem nas nossas casas! Ou seja, 17% do que é produzido acaba no lixo, de acordo com números recentes do Projeto de Estudo e Reflexão sobre o Desperdício Alimentar (PERDA), do Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa.
Dados como estes vêm “pôr em pratos limpos” que o tema do desperdício alimentar e a prevenção de resíduos estão mesmo muito longe de poder continuar a ser desprezáveis. De modo que os governos, empresas e até as famílias devem pugnar por dar o seu contributo para reduzir o desperdício alimentar até 2030. O peso da responsabilidade está em cada um de nós!
José Manuel Costa, presidente da GCI
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