Da Idade Media a 2020 – Num futuro próximo

23 de março de 2016

Da Idade Media a 2020 – Num futuro próximo

Alberto Rui Pereira, CEO IPG Mediabrands Portugal

Conhecemos hoje uma evolução tecnológica sem precedentes. Serão os dias de hoje a Idade Média da comunicação, quando comparados à evolução que o futuro nos trará?

A media, a tecnologia e a comunicação encontram-se num período de transição e transformação.

São várias as questões que se colocam. Pode um pequeno mercado como o nosso manter-se “vivo e ativo” no novo modelo de comunicação? Ou noutra perspetiva, estaremos preparados para lidar com o manancial de dados disponíveis e desenhar estratégias de marketing e comunicação eficazes? E, qual o papel da criatividade no panorama da crescente racionalidade? Num cenário onde o consumidor está permanentemente sujeito a estímulos, serão os conteúdos a chave da diferenciação? Outra questão pertinente teremos capacidade de produzir conteúdos relevantes no nosso mercado? E ainda um outro alerta, seremos “engolidos” pela globalização ou teremos a capacidade de continuarmos a ser relevantes?

Foi para debater estas questões que a IPG Mediabrands reuniu um painel de convidados que ocupam um lugar de relevo na nossa indústria: António Casanova (Unilever-JM), Edson Athayde (FCB Lisboa), Francisco Pedro Balsemão (Grupo Impresa) e Rosa Cullell (Grupo Media Capital).

Em síntese, as conclusões apontam no caminho de que se a nossa indústria tiver a vontade e a determinação necessárias e não se acomodar, então tem condições para continuar a ser relevante neste novo mundo da comunicação. Portugal apesar de ser um mercado de pequena dimensão, sem escala e com um expectável crescimento ténue nos próximos anos (depois da destruição de valor e quebra de investimento entre 2009 e 2013), é ainda assim um mercado dinâmico, tecnicamente sofisticado e avançado, com capacidades e competências tecnológicas, flexível e ágil e, acima de tudo, com talento humano.

Estamos assim perante uma questão de atitude. Se não nos resignarmos e nos mantivermos pro ativos, dinâmicos e criativos, vamos continuar a ser um mercado relevante, com uma indústria local saudável e sólida já que todos concordamos que existe tanto capacidade tecnológica, como talento como já tantas vezes o demonstrámos quer a nível local, quer além-fronteiras.

Apesar disso, há que ter consciência de que existem ameaças que colocam em causa o mercado publicitário nacional. É cada vez mais crítico perceber quais são e como as podemos contornar. Se continuarmos a demonstrar que temos a capacidade de delinear estratégias de marketing, de comunicação e de media eficazes e relevantes para as marcas, pois conhecemos mais e melhor o mercado e consumidor local; se continuarmos a criar ideias, conceitos e criatividade que fazem a diferença; se continuarmos a ter Grupos de Media locais, que sabem criar e produzir os conteúdos que os Portugueses valorizam e preferem; e ainda a capacidade de os disponibilizar nas plataformas certas e com a competitividade comercial necessária, então não corremos o risco de nos tornarmos um mercado irrelevante e periférico onde ninguém quer apostar. Acredito convictamente que assim não será.

Basta ter a atitude certa, criatividade e vontade – convicção que saiu reforçada na conclusão do encontro sobre o futuro próximo da media em Portugal.

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