Pela primeira vez, uma tripulação exclusivamente feminina venceu uma etapa da Volvo Ocean Race. A etapa começou no domingo, dia 7 de Junho, em Lisboa, e terminou quase quatro dias depois em Lorient, França, e permitiu ao veleiro sueco SCA a sua primeira vitória na prova.
Para a SCA, porém, a Volvo Ocean Race é mais do que uma prova desportiva: é uma estratégia de comunicação integrada nos valores da marca – sustentabilidade, inclusão social, educação ambiental e fomento do empowerment feminino.
“Através dos nossos produtos de higiene de uso diário, [apoiamos] as mulheres e permitimos que elas participem plenamente na sociedade em todos os âmbitos: social, profissional e educacional”, explicou a SCA em terras lusas.
Foi assim em Lisboa mas também nas cidades que sediaram outras etapas da Volvo Ocean Race; foi esta estratégia que uniu as velejadoras da equipa às crianças da Casa Pia de Lisboa mas também a outras da Cidade do Cabo (África do Sul), Alicante (Espanha) ou Auckland (Nova Zelândia). Ou que fez a ponte entre os jornalistas e Catarina Albuquerque, relatora especial das Nações Unidas para o Direito à Água Potável e Saneamento, para abordar a realidade desta questão nos países mais pobres.
Detentora da maior floresta privada da Europa, a SCA veio a Lisboa dizer que planta três árvores por cada uma que derruba e que comercializa produtos de higiene e florestais sustentáveis. Ao acrescentar o glamour da competição à mensagem, a empresa sueca ganhou pontos junto dos seus stakeholders e consumidores, alcançando uma notoriedade, provavelmente, antes inimaginável.
Num sistema mediático fragmentado por vários acontecimentos e eventos – e, dentro deles, os desportivos – a estratégia de integração da SCA é uma forma muito interessante de se ligar com os seus principais stakeholders. É certo que nem todas as marcas têm poderio financeiro para participar na Volvo Ocean Race, mas não é menos verdade que, as que têm, muitas vezes desperdiçam os patrocínios em acções pouco criativas e estanques.
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