Como é que um produto “bio” pode ser uma marca de sucesso?

1 de fevereiro de 2017

Como é que um produto “bio” pode ser uma marca de sucesso?

Rafael Cerveira Pinto, Squadra – marketing & sales consultants

Do ponto de vista da produção “bio” apostar no desenvolvimento do branding e da inovação é crítico; no caso dos produtores regionais, parece não estar a haver um aproveitamento do seu  potencial, como resultado do desconhecimento de questões de planeamento e gestão de marketing das cooperativas agrícolas. Consideramos que elevar a competitividade das marcas regionais “bio” será uma atividade prioritária. Um dos principais fatores de contribuição para o desenvolvimento sustentável destas marcas passa pela crescente inovação e diferenciação do portefólio nos seguintes aspetos:

Storytelling – contar a história do nosso produto ao consumidor;

Os benefícios funcionais do produto: valorizar os ingredientes que vêm da terra, a sua riqueza nutricional, ou outras caraterísticas funcionais adicionais;

A origem,  regiões, países; enfatizar as “raízes” portuguesas; oferecer uma narrativa completa sobre a cadeia de produção;

O vínculo com a sustentabilidade, integrada na estratégia e não usada como uma tática casuística;

A embalagem, inovação nos materiais que minimizem os impactos no ambiente, tipo kraft;

Simplicidade e conveniência;

Comunicação clara de benefícios: redução de emissões de CO2; preocupação com o bem estar animal; comércio justo; amigo do ambiente; biodegradável, reciclável, etc.

Estudos apontam que a melhor forma de destacar as vantagens dos produtos orgânicos nas embalagens seria através das mensagens específicas e/ou através de selos de certificação.

Imagem e aparência, a comunicação de que os produtos bio não contêm químicos prejudiciais à saúde é imperativo, mas não pode ser apresentado sozinho: um dos fatores que interfere no consumo dos produtos orgânicos é a sua aparência em relação aos convencionais, sendo estes últimos, normalmente mais atrativos visualmente.

Preço, há um limite aceitável para o preço premium pago pelos produtos “bio”, e preços que excedem esse limite fazem com que a quantidade de potenciais consumidores desses produtos caia drasticamente, sendo uma barreira para a expansão desse nicho de mercado.  Em média, hoje em dia, os produtos “bio” têm um preço demasiado elevado vs os de agricultura convencional. Pesquisas internacionais apontam que os consumidores estão dispostos a pagar cerca 20% mais por estes produtos, situação que está muito longe de ser atingida.

Canais: criar uma experiência de consumo única e integrada, trabalhando quer o canal físico como online. Um tema emergente a explorar é o MarketPlace Bio que permitirá ao consumidor fazer uma ligação direta com o produtor e por exemplo fazer uma subscrição semanal de um “cabaz”, cuja constituição á normalmente variável e não controlada pelo cliente.

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Por Rafael Cerveira Pinto

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