O Turismo está umbilicalmente ligado às Estâncias Termais e às atividades com elas relacionadas. Em particular, o Turismo de Saúde surge, frequentemente, na literatura como uma das suas formas mais antigas e como estando na sua origem enquanto atividade. Este é um argumento que, per se, atesta e reforça o importante papel que as termas desempenharam na localização, génese, desenvolvimento local e regional e promoção da imagem dos destinos.
O Centro de Portugal é uma região com uma grande diversidade e oferta em termos de nascentes termais, muito devido às características ímpares das suas águas. Detendo cerca de 50% da oferta a nível nacional no circuito de saúde e bem-estar, vê as novas ofertas associadas aos balneários termais, a relação entre a saúde pública e privada e a integração do alojamento, restauração e transportes nestas ofertas como caminhos a potenciar.
Em termos de Termalismo Clássico é possível encontrar estâncias termais de reconhecido prestígio nacional e internacional, nomeadamente, Almeida, Curia, Vale da Mó, Caldas da Rainha, Carvalhal, Unhais da Serra, Monfortinho, Monte Real, Manteigas, Luso, Longroiva, Caldas da Felgueira, do Cró, São Pedro do Sul, Sangemil, Vimeiro e Alcafache. Em termos de Hotelaria Termal, são também diversos os exemplos existentes nesta região que aliam tradição e modernidade, dos quais destacaria o Hotel das Termas da Curia e o Grande Hotel de Luso. O H2otel / Aquadome – Termas de Unhais da Serra é, igualmente, um bom exemplo de como um equipamento ajuda, de forma ímpar, a estruturar e a promover um destino, contribuindo de forma ímpar na promoção deste produto.
Tem-se verificado, ano após ano, uma especialização e qualificação dos equipamentos envolventes, e o desenvolvimento de técnicas de tratamento especializadas e de profissionais qualificados, argumentos mais do que suficientes para justificar a visita para uns dias de repouso, aliando os cuidados de saúde ao bem-estar e ao lazer.
Em termos de mercado, o Produto Turismo de Saúde e Bem-estar é ainda muito concentrado no mercado nacional, sendo que dentro do internacional o mercado de proximidade espanhol é o que mais frequenta as nossas estâncias termais. Os termalistas são um segmento de mercado muito interessante, se atendermos a que no ano de 2013 foram mais de 100 mil (dados do INE). Esta questão reveste-se de uma maior relevância se considerarmos que no caso do termalista terapêutico este representa uma estada média de 12 noites, um valor claramente acima da estada média nacional, o que poderá ajudar, claramente, a contrariar a questão da sazonalidade.
As principais prioridades da ERT Centro de Portugal (2016-2020) não poderiam deixar de assentar em três principais apostas estratégicas: valorização turística dos recursos culturais, históricos e patrimoniais da região, em particular dos que fazem parte da lista património mundial da UNESCO – Turismo Cultural; na promoção integrada e eficaz dos recursos, produtos e serviços turísticos da região; e na valorização do património natural e do mar como suporte a um turismo ativo e sustentável – Turismo de Natureza e Mar -, a que se associa, intimamente, a Saúde e o Bem-estar.
Esta última visa posicionar a Região Centro de Portugal em 2020, como referência turística nos destinos de natureza, saúde e de bem-estar, gerando valor económico-turístico em todo o processo, a valorização do território, a salvaguarda da autenticidade dos recursos e a preservação do património natural como condições necessárias e imprescindíveis.
Pretende-se, deste modo, que o Turismo de Saúde e de Bem-estar se assuma como produto de excelência, pela sua capacidade de geração de oferta diferenciada, diversificada e autêntica ao nível regional, sub-regional e concelhio, bem como, pela sua aptidão para garantir complementaridade e ligação entre outros produtos turísticos estratégicos para a região, contribuindo para alargar e melhorar a experiência do turista no território. Em termos de promoção, a estratégia de internacionalização passa muito também pela aposta no mercado alemão – sexto no ranking da região –, sendo este considerado prioritário.
A Turismo Centro de Portugal tem procurado aproveitar as sinergias e vicissitudes próprias deste território, procurando consolidar uma estratégia que reforce o seu posicionamento neste segmento de mercado. O mesmo se tem verificado em termos do investimento privado, atestado no surgimento de instalações de SPA & Wellness, vocacionadas, especificamente, para tratamentos de beleza, relaxamento e bem-estar, e muitas vezes associadas a unidades hoteleiras, que procuram dar resposta às “novas” motivações dos turistas, que vão, hoje em dia, muito para além do “sol e mar”.
O novo posicionamento da marca “Centro de Portugal” assenta, exatamente, nos pressupostos concetuais de que no Centro, o “Turismo da Mente se une ao Turismo do Corpo e ao Turismo do Espírito”. Está, pois, posta em evidência a importância que o Turismo de Saúde e de Bem-estar assume nesta região.
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