Eu trabalho com mulheres. Não foi propositado, mas, naturalmente, contratação após contratação, foram mulheres que acabaram por ser as escolhidas. A idade e formação são próximas, mas os interesses e personalidades estão mesmo muito distantes. E, sem que ninguém o previsse ou estimulasse, existe uma enorme cumplicidade entre todas.
As “minhas” mulheres não são ruidosas. Falam muito, riem e discutem alto e a bom som, mas não falam por falar, são pertinentes. As “minhas” mulheres não usam desculpas. Falham, erram e têm medos. Mas assumem as suas fraquezas e procuram ajuda para lidar com elas. Só descansam quando conseguem resultados.
As “minhas “mulheres riem-se de si próprias e deixam que as outras também o façam. Manias, tiques, pronúncias e tropeços são gargalhada garantida e só revelam fortes traços de personalidade.
As “minhas” mulheres são livres. Não precisam que lhes sejam impostas regras ou compromissos. Trabalham em casa ou no escritório, nos seus horários. São elas que definem os seus limites, prazos e objetivos. Aconselham-se entre si quanto a processos e metodologias e só fazem as entregas quando acreditam que estão perfeitas.
As “minhas” mulheres admiram-se umas às outras. Aprenderam a lidar com os defeitos e qualidades e gerem com uma diplomacia invejável o melhor de cada uma.
As “minhas” mulheres têm muitas vidas. São mulheres. Amantes. Profissionais. Filhas. Irmãs. Mães.
Vivem na urgência de cumprir todos os papéis. Convivem naturalmente com cada um deles, mas assumem-nos com a mesma seriedade e importância.
As “minhas” mulheres não precisam que realmente que lhes seja concedido ou autorizado algum direito. Dispensam quotas ou lutas mediáticas pela igualdade, gerem trabalho e Família, não precisam que as autorizem a ter mais filhos. As “minhas” mulheres estão naturalmente a conquistar tudo isso… sem pedir favores, sem esperar que lhes sejam dadas oportunidades. Estas são as “minhas” mulheres.
Estas mulheres não estão só na minha empresa. Tenho amigas, conhecidas e familiares que também são assim. Outras, que não conheço, suspeito que também o sejam. E as “suas”, são parecidas?
Joana Carravilla, Country manager da E.Life Portugal
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