Sabia que o livro “As Mil e Uma Noites” nos dá uma excelente lição de marketing?
Conta a lenda que Shariar, rei da antiga Pérsia, foi traído pela sua esposa que tinha um escravo como amante. Tendo descoberto a situação, o rei mandou matar os dois. Mas, como se não bastasse, fez mais do que isso: para não ser traído novamente, passou a desposar todos os dias uma nova mulher que mandava executar na manhã seguinte.
Foi assim durante três anos, até que a bela Sherazade, filha do vizir, concebeu um plano para acabar com a mortandade. Ela própria casou com Shariar, passando a contar-lhe todas as noites uma história fascinante… mas que, não terminando nessa noite, teria de ser continuada na seguinte. Encantado e na expectativa sobre como a história acabaria, Shariar nunca a mandou matar. Dessa forma a jovem poupou a sua vida (e a de muitas outras jovens) e, reza a lenda, ganhou o eterno amor do rei.
Em linguagem “marketês”, podemos dizer que Sherazade, com base numa abordagem de storytelling, foi capaz de criar uma narrativa com Shariar. Ora é exatamente isto que as empresas devem fazer com os seus clientes. Devem ser capazes de cativar, reter e fidelizar com base numa estratégia win-win assente na satisfação de cada cliente – que pretende ser tratado de forma única e especial. Para isso, há não só que corresponder àquilo que espera, mas também fasciná-lo, excedendo as expectativas que tinha à partida.
Na realidade, foi essa a estratégia de Sherazade: percebeu quais eram as necessidades do seu “cliente”, adequou a elas a sua atuação e, principalmente, manteve o “cliente” envolvido na relação, gerando expectativas que seriam satisfeitas no dia seguinte.
Em suma, há que compreender os clientes, procurar corresponder às suas necessidades e, acima de tudo, criar uma narrativa com cada um deles que seja a base de uma relação de longo prazo mutuamente vantajosa. Não há dúvida, essa Sherazade era uma grande marketeer.
Dr. Carlos Brito, belíssimo texto sobre o envolvimento e o storytelling!
Deixo-lhe aqui um artigo que tem vários pontos em comum com o seu, e que espero seja tão agradável de ler como foi para mim a leitura do seu artigo.
https://franciscoteixeira.com/2015/12/15/o-marcador-de-livros/
Um abraço,
Francisco Teixeira