Não tinha mais de 4 anos. A esta distância nem consigo precisar. Mas recordo-me que naquela noite a minha mãe preparou, com todo o amor de mãe, os meus sapatos de verniz, com o lacinho de veludo que lhes dava uma graça especial, o vestido que mais gostava em tons de branco-pérola e o meu casaco preferido de infância. Eram outros tempos…e eu era uma miúda. Pequenina na idade e no tamanho.
Na altura vivia numa aldeia escura. Fria. Sem luz elétrica…mas tinha o privilégio de brincar na terra, em liberdade absoluta, a respirar ar puro e junto de pessoas que me mostravam, todos os dias, um mundo maior. Tinha, também por isso, noção clara que nem tudo o que vivia ali se encontrava noutros locais. O bom e o menos bom… A luz que não existia na aldeia, que para alguém tão pequeno pouco representava mas que tanto dificultava a vida dos adultos, era um deslumbramento só conhecido e valorizado por mim, porque a ligação com a cidade que me viu nascer, e que me voltou a acolher anos mais tarde, era constante. Sempre que vinha a Lisboa colava o nariz ao vidro do carro para ver “os pontinhos amarelos” que me faziam sonhar.
Eram esses pontinhos amarelos que estavam, nessa noite, a chegar à minha aldeia. E eram eles que faziam a festa no clube local. Todos se aperaltaram a condizer com o momento. Eu, na época, adorava sentir-me uma bonequinha…para não dizer que era um tanto ou quanto vaidosa…e por isso esse momento nunca saiu da minha memória.
Nessa altura ainda a EDP se apresentava como Eletricidade de Portugal/Empresa pública. Ainda o raio era a sua imagem. Ainda dava os primeiros passos na construção das centrais termo-elétricas… Daí, aos dias de hoje, tanta coisa mudou… A empresa. A marca. A sociedade. O consumo. Passaram mais de 40 anos. Tudo é diferente. Hoje, afirma a EDP, nenhuma aldeia em Portugal está às escuras…apenas alguns aglomerados que formam poucas localidades espalhadas pelo país, ainda acendem os candeeiros a petróleo. Felizmente!
A EDP é uma das empresas que mais contribuiu para mudar a sociedade portuguesa. É também, hoje, uma das marcas portuguesas globais que leva a imagem do nosso país a vários continentes onde também produz e distribui energia. Está presente em 14 países. Alguns já os visitei e posso testemunhar que fazem um excelente trabalho! No Estado de Tocantis, no Brasil, onde estive em trabalho com o Imagens de Marca, senti orgulho no que vi desenvolvido por uma equipa que fala português. Esta empresa emprega, nos mercados onde está presente, cerca de 12 mil pessoas. O que só por si merece respeito.
Imaginem, agora, por uns momentos, quantas destas pessoas também calçaram os sapatinhos de verniz e vestiram o seu melhor vestido para viverem um momento que lhes mudaria a sua vida para sempre… É destas histórias, e de tantas outras que se resgatam na memória coletiva de todos nós, que esta empresa também se faz. Mas é muito mais do que somente isto, que na imensidão apenas se transforma numa gota de água…
Algumas dessas histórias estão contadas nas páginas de um livro que em breve poderá folhear (e ver aqui no nosso site). Páginas que marcam, mais uma vez, a história da EDP e neste caso também a nossa, já que é a primeira marca portuguesa da nossa coleção de livros I’M a Book e também a que, pela primeira vez em 12 anos de emissões, o Imagens de Marca leva para antena numa emissão exclusiva e especial.
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