Mais de 1 bilião de pessoas no mundo inteiro assistiram.
Foi o evento com maior impacto, maior audiência e maior repercussão mundial.
Ficam, no entanto, algumas perguntas por responder nos próximos tempos.
Resultados futebolísticos à parte, esta foi sem dúvida a Copa das Copas, o Brasil está de parabéns pela organização, acolhimento e cenário que proporcionou uma das melhores e mais bonitas Copas do Mundo.
Esta foi sem sombra de dúvidas a melhor campanha que a Embratur poderia ter, com direito a experiência, compartilhamento, engajamento e viralização, vista pelo mundo inteiro. Parabéns.
Vamos deixar de parte as duas polémicas maiores, a da performance das seleções que nos são queridas (Portuguesa e Brasileira) e a da derrapagem e proporção do custos. Apesar de justificadas estas polémicas encontrarão melhores analistas, e na minha opinião não interferem na avaliação e na clara qualificação deste evento como a Copa das Copas.
O peso das redes sociais na mediatização e globalização do evento fez com que as notas mediáticas mais fortes não fossem tanto os resultados dos jogos mas sim a mordida canibal do Suarez, os penteados do Cristiano, o choro do Thiago, as performances dos goleiros, o nível medíocres das arbitragens, os 7×1, o gesto bonito de David Luiz, o vomitado do Messi, as costas do Neymar e claro, a beleza da Gisele no encerramento.
Esta copa reiterou ainda o que já tínhamos diagnosticado nesta coluna uns meses atrás, a morte das mascotes. Foi ridícula, sem sentido e sem relevância a presença (ou devemos dizer a ausência) do Fuleco nesta Copa.
Se pensarmos apenas no mercado Brasileiro, mais de 3,5M pessoas assistiram aos 64 jogos da Copa, com um publico média de 53.592 em cada estádio.
No entanto, a inversão dos papéis dos media neste evento reforçou o crescimento gigante do papel das redes sociais e da internet em detrimento de uma televisão mais passiva e “transmissora”. As redes sociais asseguraram o engajamento das audiências, o compartilhamento das experiências e provocaram um novo nível de records mundiais de compartilhamento.
Apenas na final, mais de 280 milhões de interações foram efectuadas no Facebook por mais de 88 milhões de pessoas superando a anterior marca detida pela Super Bowl americana de 245M.
No Twitter a mesma final gerou mais de 618.000 tweets por minuto, igualmente um novo record para esta plataforma. No total do jogo foram efectuados mais de 32,1Milhoes de tweets.
Em todo o período da Copa mais de 350 milhões de pessoas interagiram no Facebook gerando mais de 3 biliões de posts !!!!!
Estima-se em mais de 1 bilhão de pessoas no mundo inteiro a assistir, através de diversas plataformas, um evento que aconteceu no Brasil.
Este poder esmagador dos novos media revelou ainda um fenómeno extraordinário – Os Americanos começaram a gostar de Futebol (Soccer para eles). Efetivamente, quer enquanto a seleção americana permaneceu na Copa, quer mesmo depois de ser eliminada, milhões de americanos acedeu às diversas plataformas digitais, representando cerca de 20% do total mundial, permanecendo conectado ao evento e ajudando a atingir estes números record de audiência global.
Perante este evento de características únicas, que acontece a cada 4 anos, que foi emoldurado por cenários de beleza inquestionável, e num enquadramento tecnológico e digital que, ainda que previsível, bateu todas as melhores estimativas, ficam algumas questões que, a seu tempo, com a digestão dos dados e dos resultados, terá as suas respostas, e com elas todos aprenderemos muito:
1) Sendo naturalmente um dos eventos mais comercializado de sempre, souberam as respetivas marcas, suas agências, seus marketeers, retirar o proveito devido? Para justiça e respeito, julgo que deveremos dividir entre os detentores de marcas com características globais, ou pelo menos de forte cariz multinacional, e os detentores de marcas no xadrez nacional. Pois claramente o que se esperava de uns e outros teria que ser diferente. No caso do Brasil, o pais dos Leões de Cannes, revelou o seu verdadeiro potencial nesta Copa?
2) Cumpriram os midia os papéis esperados? Justificou o canal oficial (Globo) os valores previamente julgados como insusitados de 180 milhões por cada cota de patrocínio? Foram os midias digitais sub-avaliados face ao potencial demonstrado? E a imprensa? Fica a sensação que face ao real-time do digital chegou sempre atrasada. Será assim ou soube assumir um novo papel relevante?
3) Na economia real, no caixa das empresas, nas vendas, nas encomendas, no facturamento, quem soube, quem se preparou, quem efetivamente venceu o campeonato da Copa?
4) Num país que tanto paralisou na pré-copa e na Copa, ainda que por motivos diferentes, quais os custos reais na economia das pessoas, das empresas, das lojas, dos serviços e quando se conhecerá esta fatura?
No que me diz respeito, esta foi a Copa das Copas porque tive a felicidade de ir ao estádio na companhia do meu filho. E para si, como foi?
Só vi agora que normalizei o Mac Mail. No geral disse tudo e com a clareza de quem analisa friamente um evento . Excelente materia! Abs!