O início do ano novo é sempre ocasião soberana para tentar antever o que vai marcar os próximos doze meses.
Apesar de não se prever uma rutura ou inversão nas tendências que têm vindo a marcar os tempos mais recentes, será 2018 um ano de grandes mudanças na nossa atividade como profissionais da comunicação?
Aconteça o que acontecer, há 3 factos que, na minha opinião, vão marcar o nosso ano:
1 – Inteligência artificial
Os progressos da inteligência artificial já não são novidade para ninguém, apenas a velocidade com que as coisas vão acontecendo nos vai conseguindo surpreender.
Os bots (robots) vão assumir várias frentes da comunicação marca vs consumidor.
Todas as indústrias irão precisar de data scientists para serem competitivas e a nossa não é exceção – Apesar de existir cada vez mais informação – big data, a monitorização e análise de grandes volumes de informação será cada vez mais facilitada, inteligente, rápida e preditiva e o conhecimento sobre os influenciadores será cada vez mais detalhado e centrado em dados sociais e comportamentais.
2 – GDPR
General Data Protection Regulation é a regulação da União Europeia para a proteção dos dados – estará em vigor a partir de 25 de maio e irá ter uma interferência decisiva na forma como são utilizados os dados pessoais dos cidadãos europeus.
Num tempo em que os dados são ouro para a comunicação entre marcas e consumidores, a adequação e o conhecimento sobre a nova regulação europeia para proteção de dados será um fator chave para o futuro da comunicação entre marcas e pessoas.
A adaptação à nova regulação está a ser estudada minuciosamente pelos principais players do setor, e o desafio é conseguir aceder ao mesmo nível de informação que temos hoje sobre cada consumidor, sem comprometer os limites da nova legislação – uma tarefa quase impossível, mas incontornável para sustentar o novo paradigma da comunicação.
3 – O princípio do fim da comunicação orgânica no Facebook
Nos últimos anos, as marcas estiveram empenhadas em construir as suas comunidades no Facebook, e, a dada altura, aperceberam-se de que, afinal, as comunidades não são suas, pertencem ao Sr. Mark Zuckerberg, pois, de cada vez que querem falar com os seus clientes e fans, têm de lhe pagar.
Organicamente, as publicações no Facebook chegam, no máximo, a 4-5% da comunidade, e quem quer falar com mais, ou consegue um post viral, o que é cada vez mais impossível de conceber ou planear, ou tem que pagar.
No final do último ano, o Facebook começou a testar em alguns mercados uma timeline à parte, só para páginas e marcas, a par de outra destinada a amigos e familiares. Assim, o feed principal fica reservado para pessoas conhecidas e apenas na função “Explorar” são inseridas as publicações de páginas públicas, ou seja, publicações de empresas, órgãos de comunicação social e outras organizações ficam de fora do feed principal, o mesmo quer dizer, com um alcance incomparavelmente menor do que têm atualmente.
Se esta experiência for para a frente em 2018 em todos os mercados, muita coisa vai mudar na comunicação das marcas nas plataformas sociais.
Bom Ano Novo.
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