A recente publicação do estudo “Brand Finance Global 500”, que apresenta as 500 marcas mais valiosas, reforça a tendência de crescimento do valor das marcas de luxo e de lifestyle, em paralelo com o crescimento das marcas tecnológicas.
Como explicar esta tendência aparentemente contraditória com um contexto de crescimento nulo ou negativo da economia mundial?
Dois tipos de razões parecem explicar este fenómeno:
Em primeiro, a concentração de riqueza nas economias emergentes, em particular em determinados segmentos dessas sociedades, criou uma apetência e uma capacidade de consumo, pimeiramente direccionados e conduzidos para produtos que são sinónimo de ascensão social e de qualidade de vida. O efeito aspiracional criou, nestes mercados, um movimento de aquisição de produtos de luxo e produtos tecnológicos de ponta. É bastante frequente vermos nas principais metrópoles europeias e norte-americanas, uma vaga de turistas ávidos pela aquisição deste tipo de produtos.
Em segundo, a existência de uma geração de adolescentes e jovens adultos que crescem à frente de um terminal de computador, smartphone ou tablet, bombardeados por uma míriade de informação instantânea e cuja sensação de necessidade de resposta imediata a essas solicitações os impele a adquirir os produtos ou serviços que satisfaçam esses requisitos. Neste caso, as ascensão deste tipo de produtos, e das marcas que os simbolizam, na pirâmide das necessidades, potencia a sua aquisição em detrimento de outros produtos e serviços, até agora considerados imprescíndiveis.
E é provável que estas tendências se mantenham durante algum tempo, uma vez que é claro que parte da solução para a actual crise económica é precisamente o aumento da capacidade de consumo das populações das economias emergentes e é razoavelmente certo que a rapidez de comunicação e de informação continuem a implicar o constante desenvolvimento de tecnologia, cada vez mais orientada para a partilha de experiências individuais e de entertenimento.
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