Imagens de Marca: Depois de 8 anos na BBDO, o que motivou a sua saída? Foi o final de uma etapa?
Nuno Jerónimo: Foi. Estava na altura de iniciar uma nova etapa na minha vida. Foi uma saída natural.
IM: Foi uma decisão difícil? O que mais lhe custou deixar para trás?
NJ: Foi naturalmente uma decisão difícil, mas necessária. Fiz muitos amigos e é natural que traga saudades.
IM: Depois da sua saída da BBDO, fez alguma espécie de prospecção de mercado? Equacionou ir trabalhar para fora do país?
NJ: Depois de sair estive quatro meses e meio de férias, o que me permitiu olhar com distância para o mercado e para os seus vícios. Não fiz propriamente uma prospecção, mas pensei muito sobre o que me apetecia fazer e onde me via a fazê-lo. É verdade que equacionei ir para fora, mas acabei por abandonar a ideia. Apesar dos problemas óbvios que o nosso país tem, é um país extraordinário. O balanço de viver cá é muito positivo. Além disso, há muito para melhorar na nossa área, o que é um desafio estimulante.
IM: Entretanto surge o desafio da Ativism e de integrar a direcção criativa desta agência. Como se desenvolveu esta aproximação à agência?
NJ: Eu já conhecia a ativism mas – vim a perceber mais tarde – bastante mal. Foi com surpresa que, ao longo das conversas que mantivemos, me apercebi da dimensão e ambição do projecto. Rapidamente se tornou óbvio que iria ser o meu próximo destino.
IM: Porquê a Ativism? Qual o desafio?
NJ: Porque, pela sua energia, vitalidade, concentração de talento, capacidade de acção e abrangência, é um universo de empresas único em Portugal. O desafio é conseguirmos ser cada vez mais surpreendentes nas áreas em que actuamos, ou passamos a actuar.
IM: Acredita que o facto de a Ativism ter diversas agências no seu universo é uma mais valia nos dias de hoje?
NJ: Não tenho dúvidas quanto a isso.
IM: No actual momento, como devem as agências olhar para o mercado?
NJ: Sem preconceitos, sem medo e com total capacidade para se reinventarem. Odeio lugares comuns, mas tenho que repetir que as coisas mudaram radicalmente e não voltarão a ser o que eram. Se quisermos, esta conjuntura oferece-nos desculpas mais do que suficientes para sermos conservadores e previsíveis, mas não podemos ceder. Eu acredito que há uma parte desta crise que se resolve com criatividade e atitude. E as agências têm aí um papel determinante.
IM: No contexto actual, que caminho as marcas devem seguir para se diferenciarem em termos de comunicação?
NJ: Para se diferenciarem, cada uma deve seguir o seu.
IM: Sendo o Nuno um criativo, quais os maiores desafios que gostaria de enfrentar?
NJ: Como criativo, o que mais me estimula é a imprevisibilidade dos desafios de comunicação com que diariamente temos que lidar. Para mim a criatividade é um meio, não é um fim. Serve para resolver problemas novos e inesperados. São esses os desafios que eu gostaria de continuar a enfrentar.
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